O lançamento da campanha “Posse Responsável”, que visa colocar chip em cães e gatos será hoje, de 9h às 14h, no Grêmio Recreativo de Subtenentes e Sargentos de Boa Vista (Gressb), no Centro. O custo é de R$35 para o objeto, incluindo a sua aplicação pelo veterinário. A partir de segunda-feira, os animais poderão ser microchipados no Centro de Controle de Zoonoses, no bairro Centenário. No lançamento, mil microchips serão vendidos e o dinheiro arrecadado será usado para comprar novos.
A inserção é feita por uma seringa utilizada pelo veterinário, aplicada abaixo do pescoço do animal. Depois, o dono recebe um número de identificação e uma ficha com todos os seus dados e do bicho. As mesmas informações estarão no microchip, que tem o tamanho de um grão de arroz, e poderão ser acessadas através da máquina de leitura utilizada pelo veterinário, e do site nacional onde os números serão cadastrados.
O projeto é do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Roraima (UFRR) em parceria com a Rede de Apoio e Defesa de Animais em Roraima (Radarr), com apoio do Governo do Estado e Prefeitura de Boa Vista.
SAÚDE – A médica veterinária Letícia Pezente, do Núcleo Estadual de Controle de Zoonoses, esclarece que o objetivo do microchip não é ser um GPS do animal, e sim melhorar a saúde pública. Letícia Pezente diz que há pelo menos 90 mil cães e gatos pelas ruas de Boa Vista e que 80% deles têm donos, que deixam os animais circularem durante o dia e os recolhem à noite. Um hábito tão corriqueiro que pode causar muitos transtornos.
“Cães e gatos deixados na rua podem causar acidentes de trânsito, atacar as pessoas com mordeduras, rasgar os sacos de lixo e atrair pragas, e transmitir doenças se eles também estiverem doentes. Eles demandam postos de saúde, medicamentos, soros, seringas, veterinários. Por ano, temos 2 mil ataques por animais em Boa Vista. Então o hábito gera um impacto enorme para a saúde pública e é preciso que as pessoas comecem a pensar sobre isso”, enumera.
Com o microchip, a localização do dono de um animal andarilho será mais fácil. Tanto para devolvê-lo ao dono, quanto para identificar em que condições o bicho foi adquirido e está vivendo atualmente. “Quando encontrarmos um cão ou um gato na rua, iremos microchipá-lo. Na segunda vez em que isso acontecer, entraremos em contato com o seu dono para orientá-lo a não deixar o seu animal solto pela rua”, diz Letícia Pezente, que lembra: o costume é de toda a capital. “Não é só na periferia e na zonal rural, em toda a cidade isso acontece”, explicou.
(NW)