O Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM), responsável pelo gerenciamento do Centro de Referência ao Imigrante (CRI), realizou ontem reunião para discutir ações acerca do funcionamento do Centro e como proceder após a decisão do Tribunal de Justiça que desobrigou a Prefeitura de Boa Vista a atender crianças indígenas venezuelanas, suspendo a decisão do juiz Parima Dias Veras, titular da Vara da Infância e Juventude.
Desde a criação do GIGM e a implantação do primeiro Centro de Atendimento ao Migrante já foram cadastrados mais de dois mil venezuelanos, sendo distribuídas cerca de dez mil alimentações e aproximadamente 900 atendimentos médicos e odontológicos. Os dados foram divulgados pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Edivaldo Cláudio Amaral.
Um abrigo foi montado no Ginásio do Pintolândia, onde estão 216 imigrantes recebendo assistência médica, odontológica, vacinação e distribuição de alimentações (café, almoço e janta). “Estamos trabalhando em parceria com a Instituição Fraternidade para conseguir oferecer os serviços”, disse.
Pela medida protetiva do juiz Parima Veras, cabia à Prefeitura fornecer café da manhã e internação a crianças indígenas venezuelanas, mas o TJ, após o recurso da Prefeitura de Boa Vista, voltou atrás. “Estamos buscando meios de continuar prestando esse auxilio aos venezuelanos”, disse o coronel Edivaldo Amaral.
A Irmã Maria, da Fraternidade, responsável pela gestão dos venezuelanos no abrigo, disse que o clima está tranquilo e que alguns venezuelanos estão ajudando nas tarefas diárias, cozinhando, limpando os banheiros e a área externa, além de cuidarem da organização interna.
Quanto à estrutura do abrigo, o tenente Emerson Lima, da Defesa Civil Estadual, disse que busca realizar algumas melhorias no local com doações e parceiros. “Grande parte do que conseguimos até o momento é oriunda de doações da comunidade e de parceiros”, frisou.