O período de festas de final de ano está chegando e uma pesquisa feita pela Folha mostra que os alimentos natalinos não tiveram grande aumento no preço, se comparado ao do ano passado. Mesmo com pouco dinheiro, algumas pessoas continuarão a fazer a ceia. Já outras optaram por dividir a compra dos pratos com amigos ou mesmo substituir itens da cesta de Natal.
Em uma rede de supermercados na avenida Getúlio Vargas, centro de Boa Vista, os preços são: chester e peru, R$ 15,69 (quilo); frango congelado, R$ 5,99 (quilo); tender defumado, R$ 37,90 (quilo); bacalhau desfiado, R$ 26,99 (quilo); pernil desossado, R$ 19,90 (quilo); panetone, R$ 12,90; vinho nacional, R$ 9,99; vinho tinto português, R$ 49,99; espumante, R$ 8,99. Os valores são modificados pelo menos a cada semana.
Em outra rede de supermercados, na rua Capitão Júlio Bezerra, bairro São Francisco, zona Norte, os valores são: chester, R$ 15,49 (quilo); peru, R$ 14,49 (quilo); frango congelado, R$ 5,49 (quilo); pernil, R$ 9,59 (quilo); panetone, R$ 14,59; espumante, R$ 8,59. A uva está sendo vendida a R$ 9,49; o queijo mussarela a R$21,30; e a uva-passa a R$ 11,99.
O gerente de supermercado José Bezerra afirmou que os produtos específicos para o Natal tiveram pouca variação de preço em relação a 2015. O panetone foi incluído na cesta básica de R$ 60, oferecida pela rede.
Outros alimentos, como as castanhas e as uvas-passas, já são vendidos normalmente ao longo do ano, enquanto outros, como as nozes e as avelãs, têm procura somente em dezembro.
Ele disse que o estoque tem saído, mas menos do que no ano passado. “Por causa da crise, creio que boa parte da população está substituindo as coisas. Dependendo do nível social das famílias, podem estar preferindo o frango ao chester. Na cesta básica, alguns clientes pedem para trocar itens pelo frango, por exemplo”, comentou.
PESQUISA – A administradora Cristiane Valente se antecipou. Comprou o pernil e o tender ainda em novembro, quando os preços estavam mais em conta. “O tender é difícil de achar, e quando achamos, está salgado”, afirmou. Mas estas serão suas únicas compras para a ceia. Todos os anos, Cristiane e o marido passam o Natal com amigos e cada um leva um item. “Já tínhamos essa tradição, mas como as coisas subiram muito, então não precisarei substituir nada”, justificou.
O funcionário público Elívio Júnior não pretende substituir nenhum dos itens da ceia natalina por mais que estejam custando caro. “É mais fácil de preparar. A gente já sabe como é”, disse. Opinião um pouco diferente da opinião da dona de casa Fernanda Correia. Ela ainda não começou a pesquisar os preços, mas acredita que estejam caros. “Devo comprar as mesmas coisas de sempre. Mas acho que é melhor levar o frango do que o peru, porque este é caro demais”, opinou. (N.W)
Ceia pode ser dividida entre convidados e adaptada à culinária amazônica
A jornalista e cozinheira Denise Rohnelt, da coluna Letras Saborosas, acredita que é possível tornar a ceia de Natal mais barata. Além de combinar com os convidados de cada um levar um prato, reduzindo bastante o custo e também o trabalho do anfitrião, é possível trocar alimentos tradicionais por amazônicos.
“Não existe em nenhum manual de cozinha que um bom frango recheado não possa estar na mesa de Natal. Um porco assado, um peixe assado recheado, um bom pirarucu, carne de sol, castanha do Pará, farofa, doces de cupuaçu e de caju – que inclusive está na época em Roraima – também podem compor a mesa. Nós que vivemos na Amazônia não precisamos comer o que é tradição mundial”, sugeriu. (N.W)