O desafio de encontrar soluções sustentáveis para acompanhar o crescimento das cidades
Marcellus Campêlo
O processo de urbanização está intrinsicamente relacionado ao crescimento das cidades, em função do aumento populacional. A área rural passa a tonar-se espaço urbano, devido à migração e expansão populacional. E isso ocorre de forma intensa e acelerada. Hoje, mais de 50% da população mundial mora em alguma metrópole e a perspectiva é que até 2050 chegue a 75%.
Para os governantes, portanto, o grande desafio é encontrar e implantar soluções eficientes e sustentáveis, que acompanhem o ritmo do processo migratório e o consequente crescimento populacional. O desafio é maior ainda nas áreas mais desassistidas, onde as moradias são erguidas sem qualquer estrutura, boa parte delas resultado de ocupação desordenada, sem planejamento.
É principalmente nesse ambiente que o urbanismo passa a ser de vital necessidade, buscando as soluções adequadas para implantação de infraestrutura de saneamento básico e de mobilidade, dentre outros, e que contenha áreas verdes, espaços de lazer para as famílias, menor impacto ao meio ambiente.
Algumas cidades tornaram-se exemplos por terem encontrado soluções que foram fundamentais para melhorar a qualidade de vida nas áreas de intervenção. É o caso de Medellín, na Colômbia, que passou de cidade mais violenta do mundo à metrópole moderna, após a adoção de um grande projeto de inclusão.
O projeto conecta a periferia ao centro da cidade e, efetivamente, torna atrativas áreas antes dominadas pelo cartel do tráfico, hoje ocupadas pela população, com opções de bons bares, restaurantes e espaços culturais. E mais que isso: locais seguros, que oferecem qualidade de vida e atraem novos moradores. Um exemplo de inclusão e de transformação.
No Amazonas temos o exemplo do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), que tem conseguido bons resultados, no sentido de dar uma nova configuração num espaço emblemático da capital: as áreas à beira dos igarapés, onde moradias foram erguidas sem qualquer estrutura.
Locais onde antes não havia saneamento básico e nem serviços públicos e que hoje deram lugar a parques residenciais, com rede de esgoto e água tratada, praças, áreas verdes, playground, academias ao ar livre e com toda a estrutura necessária, como coleta de lixo e mobilidade urbana. Tudo isso, através das obras e serviços implantados com o Prosamin+, programa que é executado pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ao todo, com o programa, 78 mil pessoas saíram de áreas de risco, à beira dos igarapés, nas zonas sul, oeste e centro oeste de Manaus. As famílias removidas foram reassentadas em parques residenciais construídos pelo Governo do Estado ou contempladas com outras soluções de reposição de moradia. Dentre elas, indenização, bônus moradia e auxílio moradia, definidos conforme o perfil do imóvel cadastrado e da família.
Na nova fase do programa, as obras alcançarão a zona leste de Manaus, uma das mais carentes de infraestrutura. As melhorias chegarão às zonas sul e leste, com obras de saneamento básico, urbanismo, habitação e recuperação ambiental dos canais de igarapés. Serão mais 60 mil pessoas diretamente beneficiadas, 12,9 mil reassentadas.
Nos locais onde houve intervenção do programa, não temos dúvida, as soluções de urbanização têm impactado positivamente. As obras vão alcançando mais e mais espaços onde antes não havia condição de moradia, que vão sendo agora ocupadas de forma planejada, dando uma nova cara à cidade e mudando a vida das pessoas.
Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE).
Só quero saber o que pode dar certo, não tenho tempo a perder”.
Luiz Thadeu Nunes e Silva
Vem cá, quero te contar uma história. A juventude um dia acaba. A aparência muda e o tempo parece impiedoso. É verdade. Mas e daí?
Daí me dei conta que nada pode ser feito pra mudar isso. Tentei disfarçar, amenizar os efeitos do tempo: no rosto, no corpo, na alma. Quanta tolice.
Nunca venceremos o tempo. Nunca venceremos os anos. span>
Assim, percebi que minha aparêcia mudou. Minha cabeça também mudou, e mudou para melhor.
Aprendi, a duras penas, a aceitar o que não posso mudar. É natural envelhecer.
Tento fazer do tempo um aliado. O lado bom é que o tempo não envelhece a alma de um sonhador. E, sendo assim, assim tem que ser.
A juventude um dia acaba, mas a vida continua.
De repente é 40…50… 60…64 anos.
E daí? Daí a gente segue em frente.
E, se descobre que estar em paz é a prioridade. Não tenho tempo a perder.
Não posso me apegar ao que já foi…. Ao que fui e que não sou mais.
Sou o agora. Sou a minha melhor edição. Revista e atualizada.
Sou minha essência pura e verdadeira.
O que passou, passou, e o que ficou? Experiências, ensinamentos, perrengues, e muitas e boas histórias/estórias. A tragédia de ontem virou a comédia de hoje. Rebobino a memória. Dou risadas. Defeitos? milhares; Medos? alguns.
Problemas? vários; Desistir? Jamais.
No outono da vida, estou cada vez mais parecido com o meu velho e saudoso pai. Coisa que neguei por diversas vezes. Olho-me no espelho, vejo Luiz Magno. Pai, perdão por minha ignorância.
Na caminhada da vida, aprendo todo dia. Afinei o ouvido para escutar melhor as boas histórias de gente que chega até mim. Nunca fiz curso de oratória, apenas desenvolvi o sentido da escutatória. Hoje, como escrevinhador, escrevo crônicas e as publico em jornais. Este ano, que agora finda, publiquei o livro “Das muletas fiz asas”. E, alegria maior, faço Jornalismo, um velho e adiado sonho. Vê meu nome impresso no livro e nos jornais de diferentes cidades desse imenso Brasil me transborda de alegria.
Sei que tenho menos tempo pela frente do que passou. Aprendi que tudo na vida passa: o bom e o ruim. Não posso ficar eufórico com o bom, nem sorumbático com o ruim; essencial manter o equilíbrio. Aprendi que os maiores ativos para se viver em paz são: paciência, mansidão, sabedoria, resiliência e fé no Deus Vivo.
O bom da caminhada é que não matei o ‘menino irrequieto e curioso’ que existe dentro de mim. Ele aflora todos os dias. Continuo sonhador, -os sonhos são minha matéria prima, sem eles não existo. Tenho sede e fome de conhecimento, de viver coisas novas, experiências de vida, vivenciar o desconhecido. Desbravar o mundo.
Uma palavra me define “Teimosia”. Como nasci sem nenhum talento, a teimosia me leva para frente. Deus me poupou do sentimento do medo. Inúmeras foram as vezes que tive de vestir a indumentária da coragem e seguir em frente, sem ouvi os críticos que encontrei pelo caminho. Até aqui o balanço é positivo.
O tempo é sempre o senhor da razão.
“Perguntei ao tempo….quanto tempo? Ele respondeu-me, deixe-me passar”, recorro ao poeta Carlos Drumond de Andrade. “A arte existe porque a vida não basta”, Ferreira Gulart.
Nunca saberei quanto tempo tenho pela frente. Cabe a mim, tão somente , escolher a melhor forma de usufruí-lo.
Tudo que consegui na vida foi no sorriso, na simpatia, na gentileza. No grito, na raiva e na fúria, deu tudo errado. Na brutalidade, criei rancores e ressentimentos, e, depois, uma certa vergonha de mim mesmo. As palavras que mais tenho usado são “obrigado” e “desculpe”, palavras que abrem portas, me levam adiante. Aos 64 anos, completados hoje, neste 07 de dezembro, tenho a enorme capacidade de aceitação da vida como ela é. Sou movido por uma alegria invencível, uma fome insaciável do novo, da beleza da vida. Eduquei o olhar para o belo.
Tenho uma vontade férrea de melhorar de corpo e alma a ilimitada capacidade de amar, de dar e repartir. Melhor ser otimista, que resmungão. Já não basta ficar velho? Não precisa ser um velho chato.
“Oh! Nós não saberemos nunca realmente o que somos nem o que desejaríamos ser. O destino brinca agilmente com a nossa vida, tramando e destramando, tendo nos lábios um sorriso indecifrável”, vou de Carlos Drumond de Andrade novamente.
Como brasileiro, nordestino, nascido no planeta bola, já nasci driblando. Driblando as situações mais adversas.
Aprendi, desde cedo a driblar os “nãos”, para obter os “sim”. Nunca ninguém me deu nada de graça, tudo comigo é conquistado. Assim fic
a mais gostoso.
“Ter problemas na vida é inevitável, deixar-se abater por eles é opcional”, sigo acreditando nisso.
“Alegria é a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma”, Guimarães Rosa.
A vida é um atrevimento, uma brincadeira, o desafio é ter uma bagagem leve para aproveitar melhor a viagem. Por isso, sigo como um teimoso na caminhada, com a enorme vontade de que as coisas deem certo; grato à Papai do Céu por ter me trazido até aqui.
Essa a história que queria te contar. Aos 64 anos, me transformei em um Forrest Gump: andarilho e contador de histórias.
Luiz Thadeu Nunes e Silva
Engenheiro Agrônomo, Palestrante, escrevinhador, cronista e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”; o latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida. Visitei 151 países em todos os continentes do mundo.
A alegria na saudade
Afonso Rodrigues de Oliveira
“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência”. (Helen Keller)
A Helen Keller é um dos maiores exemplos para nos enviar esse pensamento maravilhoso. Quem conhece sua história sabe do que estou falando. E foi olhando pela janela, hoje pela manhã, que me lembrei de coisas que me trazem muita alegria, na saudade. Uma mistura fundida no cadinho da felicidade. O pensamento viajou e levou-me até a Ilha Comprida, lá no Litoral Sul de São Paulo. Um lugar onde vivi três anos de muita felicidade. Não saí da janela e decidi, dar uma caminhada pelas ruas e praias da Ilha. E o pensamento nos leva aonde queremos chegar e estar.
Parei em frente ao Espaço Cultural. Caminhei e entrei pela Rua Roraima. Olhei com saudade, todas as casas da rua e saí na praia. Caminhei pelo calçadão, sem que alguém me visse. Caminhada livre, leve e solta. Vivi momentos felizes, nas lembranças de acontecimentos agradáveis vividos nos meus anos de vida na Ilha Comprida. Uma Ilha paradisíaca, que nunca me sairá da memória. Os pensamentos continuaram me levando por vias já vividas. Já bem distante atravessamos pela ponte, e saímos no Município de Iguape. E como as lembranças eram boas, continuamos.
Fomos em frente e parei para dar uma olhadinha nos búfalos. E sempre me diverti com eles quando eu ia ao médico em Registro. E a falta dos búfalos, me fez voltar, nos pensamentos, para Boa Vista, nesta manhã lindinha e quentinha. Estou com a certeza de que meu dia vai ser muito agradável graças ao passeio que dei, em pensamentos, pela Ilha Comprida, onde eu gostaria de estar, neste momento.
Se você viveu momentos felizes no seu passado, traga-os de volta, vez por outra, para reviver a felicidade do passado. Nada de ficar na janela pensando em momentos desagradáveis que você já tenha vivido. A alegria é que lhe traz felicidade. E você pode ser, e por isso se tornar, uma pessoa feliz, vivendo seus pensamentos positivos. O que indica que é verídico que o reino de Deus está dentro de nós. Você é que não está sabendo usá-lo. No livro Astrologia Espacial há um capítulo que conta a história de uma senhora que dirigia o carro que capotou. Ela foi arremessada, seu filhinho ficou preso dentro do carro. A mulher levantou-se e sem pensar, levantou o carro e retirou o filhinho. Muitos anos se passaram e ela tentando repetir a ação de força, sem conseguir. A história parece inacreditável, mas merece uma reflexão. Todo o poder de que você necessita está dentro de você. A mulher não pensou em levantar o carro, mas pensou no impulso, salvar o filho, e conseguiu. Pense nisso.
99121-1460