Cotidiano

Chuvas amenizaram focos de queimadas

Embora as chuvas ainda tenham caído de forma tímida, não existem mais regiões em níveis críticos por causa de incêndios

As queimadas no Estado diminuíram no período do feriadão. Segundo o secretário executivo da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira, foram registrados apenas alguns focos, muitos deles, como foi o caso do Município de Cantá, a Centro-Leste do Estado, são remanescentes. “Não houve combate. É um bom sinal, mas por mais que as chuvas tenham se iniciado, o risco de fogo ainda existe”, afirmou.
Conforme o secretário, a única situação onde houve ocorrência foi na região do Taiano, no Município de Alto Alegre, Centro-Oeste do Estado. “Em viagem pela região nesta segunda-feira, verificamos pela estrada mais ou menos 10 queimadas no trecho da RR-205. Mas o satélite, naquele dia, não registrou estes focos, porque a cobertura de nuvem era densa”, disse.
Os riscos de queimadas também reduziram e no Estado não existem mais áreas em níveis críticos, considerado o menor desde o início do período da estiagem. “A faixa antes chegava a abranger parte da região de Rorainópolis, no Sul do Estado”, explicou, mostrando os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A área de alto risco, ilustrada em vermelho no mapa, está restrita a uma pequena parte as regiões Nordeste e Leste de Roraima, que compreendem Normandia, Pacaraima e Uiramutã. Esta região coincide exatamente onde não há previsão de chuva para hoje, de acordo com o mapa meteorológico do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Porém, até o final da semana, as áreas de chuva devem cobrir todo o Estado, variando entre regiões que vão a 10mm de precipitação (Norte-Nordeste) até 90mm, em Cantá (Cento-Leste), Caracaraí (Centro-Sul) e Rorainópolis (Sul). À medida que a previsão de chuva vai se confirmando nessas outras regiões de risco médio e alto, a tendência é que os focos de calor se reduzam.
As equipes ainda estão em campo e as bases da Defesa Civil nos municípios continuam em modo de alerta. “A recomendação é de apenas deslocar os carros quando houver algum acionamento”, afirmou o secretário ao complementar que, caso a situação das precipitações de chuva colabore, é provável que se desativem as bases progressivamente a partir de domingo de pelos menos três bases: Cantá, Campos Novos e Vila da Penha. “Como no Alto Alegre e Amajari verificamos alguns focos no período de chuva, estas seriam as últimas da lista”, disse.
ÁGUA POTÁVEL – O atendimento à população com abastecimento de água continua. A Defesa Civil está distribuindo água potável para os municípios de Normandia, Bonfim (ambos a Leste), Mucajaí, Alto Alegre (ambos a Centro-Oeste), Amajari (Norte) e Uiramutã (Nordeste). Para esta última, há uma demanda muito grande de água para as comunidades indígenas.
“Estamos com certa dificuldade para conseguir um carro de tração que possa subir as serras da região”, explicou o secretário executivo referindo-se a Uiramutã. Segundo Cleudiomar Ferreira, as comunidades têm um acesso por terra complicado. “De qualquer forma, felizmente, foi verificado que há água nos poços. Em alguns locais existem problemas estruturais, como falta de canalização e bombas queimadas”, frisou.
Para a distribuição da água, a Defesa Civil conta com o apoio do Exército, que disponibilizou três caminhões pipa. “Hoje não estamos com nenhum carro em andamento, pois passam por manutenção. Mas, a partir de segunda-feira, retomaremos a distribuição de água para as comunidades indígenas de Normandia, por uma solicitação da Sesai [Secretaria Especial de Saúde Indígena]”, destacou. O coronel disse que o pedido foi para Normandia, Pacaraima e Uiramutã. “Verificamos uma necessidade principal em Normandia, pois a área é de lavrado e não há muitas nascentes de rios”, explicou. Na primeira semana, foram distribuídos pela Defesa Civil mais de 100 mil litros de água.
RIO BRANCO – O nível do principal rio do Estado começou o dia de ontem com 54 cm de altura. Às 15 horas já atingia 80 cm. “Eram seis centímetros na semana passada, no início das chuvas. Ainda está abaixo do histórico para este período, mas está crescendo de forma vertiginosa”, observou Cleudiomar Ferreira. (JPP)