Cotidiano

Sejuc acredita que massacre ocorreu porque presos não aderiram à facção

A Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc) acredita que o massacre na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), que resultou na morte de 33 detentos no dia 06, não foi um acerto de contas entre facções. Conforme a instituição, o ocorrido foi uma possível represália aos presos que não aderiram à única facção na unidade prisional, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Conforme o titular da Sejuc, Uziel Castro, a Polícia Civil já instaurou o inquérito para investigar as mortes na Penitenciária. “Tendo em vista que naquele presídio não tinha membros de outra facção, não foi um acerto de contas ou uma vingança. Nosso serviço de inteligência está detectando que possivelmente tenha sido uma represália aqueles presos que não queriam aderir à facção do PCC”.

Os problemas na Pamc, de acordo com o secretário, acontecem devido à falta de investimento. “A penitenciária está deteriorada, que foi construída há 31 anos e nunca houve uma reforma. O sistema prisional do Estado nunca recebeu investimento e estamos fazendo isso agora. O governo atual construiu uma muralha ao redor do presídio e, se isso não tivesse sido feito, com certeza haveria mais fugas, mais rebeliões e mais mortes”, afirmou.

O Governo de Roraima anunciou a transferência de R$ 4,2 milhões para a Sejuc. “O dinheiro servirá para providenciarmos reparos nas paredes, no sistema elétrico, no sistema de esgoto, no sistema hidráulico, enfim, para melhorar a infraestrutura do local. Além disso, o recurso será utilizado para a construção de um novo presídio com 393 vagas. No mais, este ano, já foram entregues mais de R$ 300 mil em equipamentos para os agentes penitenciários”, acrescentou Uziel.

O sistema prisional receberá R$ 44,7 milhões do Governo Federal. “Do total da verba, R$ 31 milhões serão destinados à construção de um novo presídio”, comentou. O governo também solicitou apoio da União para concluir o presídio de Rorainópolis, que está inacabado há 7 anos. “As gestões anteriores começaram a construí-lo, mas não terminaram. Agora o governo conseguiu desbloquear o dinheiro que estava congelado e vai concluir a obra”, explicou.

Ao todo serão construídos três novos presídios. “A previsão é de que em oito meses estejam prontos, a partir do início da construção, que deve começar o mais breve possível, depois que os processos burocráticos, que já estão em andamento, forem finalizados”, destacou o titular da Sejuc. (B.B)