Cotidiano

RR terá zona de proteção contra aftosa

Zona de Proteção será instalada em toda a área de fronteira com a Venezuela a partir da próxima semana

Na tarde de ontem, 18, os chefes da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) e da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Roraima assinaram um termo de cooperação técnica para a criação da Zona de Proteção contra Aftosa. Apesar de Roraima ter conquistado no ano passado o status de livre de aftosa com vacinação, a Venezuela, atualmente, se encontra em alerta por conta da doença. A Zona de Proteção será instalada em toda a área de fronteira com o país vizinho a partir da próxima semana.

O principal objetivo do termo de cooperação, segundo o superintendente do Mapa em Roraima, Plácido Alves, é obter o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa com vacinação, o que favorecerá, principalmente, a economia local, visto que o Estado poderá voltar a exportar gado.

No entanto, a Venezuela oferece um novo risco à pecuária roraimense com a suspeita de doença vesicular, uma zoonose que afeta bovinos, suínos e equídeos. No final do ano passado, foram registradas oito suspeitas da doença vesicular em cinco estados do país vizinho.“Esse é o primeiro passo para que possamos receber a certificação internacional. Nenhum outro estado terá essa mesma segurança, em questão da sanidade.

Roraima está cumprindo seu papel, está avançando. Esse é o primeiro instrumento para que possamos entrar nesse circuito internacional. É histórico! Vale ressaltar que a Aderr está à frente e nós, do Mapa, apenas entramos com apoio que for necessário”, explicou Alves.

Para que a Zona de Proteção seja implantada, a Aderr disponibilizará equipes de veterinários e agentes para realizarem fiscalização efetiva e todo o material utilizado, como veículos, por exemplo. Já o Mapa entrará com o custeio das diárias de cada profissional que atuará na área de fronteira com a Venezuela, entre outros, e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) de Roraima dará o apoio com a estrutura física, conforme explicou o presidente da Aderr, Vicente Barreto.

“A fiscalização acontecerá durante 24horas. Foi realizado um planejamento, a partir de estudo topográfico, de toda a área da fronteira com a Venezuela. Na fronteira com a Venezuela, há vários ‘descaminhos’, há lugares que pode se passar a pé, por exemplo. A fiscalização vai acontecer a partir da região de Três Corações até o Surumu. Vamos fazer realmente toda a segurança. Esse estudo e logística foi realizado para que pudéssemos consolidar a proposta da zona de proteção”, garantiu Barreto, explicando que não é necessário esse controle rígido na fronteira com a Guiana porque o País já possui o status livre de aftosa. (C.C)

50% do rebanho do Estado já foi vacinado contra aftosa

Conforme a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), metade do rebanho do Estado já foi vacinado, cerca de 400 mil cabeças de gado. A 33ª campanha de vacinação da Agência começou no dia 1º de abril e segue até o dia 30. Quem não cumprir com a obrigação, será punido com multa inicial de R$ 1,2 mil.

O diretor de Defesa Animal da Aderr, Haroldo Trajano, disse que o acompanhamento é feito conforme a venda da vacina, que é disponibilizada nos estabelecimentos comerciais. “Ao todo, foram disponibilizadas em torno de 800 mil vacinas e já foram vendidas cerca de 50% das doses”, informou.

A expectativa da Aderr é vacinar 100% dos animais ao final da campanha. “Desde as primeiras campanhas nunca atingimos menos de 97% do rebanho. Às vezes, por uma questão de clima ou outros problemas, esse índice acaba diminuindo um pouco. Mas sempre foi mantido próximo do ideal”, comentou.

Para que a campanha atinja todo o rebanho do Estado, a Aderr conta com a cooperação dos criadores. “O homem do campo deve saber que faz parte de um setor expoente da economia do País. Por isso, deve cumprir com sua obrigação e sanear o gado, mantendo o controle das doenças que podem afetar o animal”, frisou. O criador que não vacinar o gado será advertido e pagará multa de R$ 1,2 mil e mais R$ 83 por cabeça de gado não vacinada. Caso o problema continue, a propriedade poderá ser interditada.

A vacina contra a febre aftosa está sendo comercializada a R$ 1,80. As lojas são fiscalizadas pela Aderr e só podem vender o produto até o final do prazo de vacinação, dia 30 de abril. “Esse procedimento é uma estratégia do programa”, frisou Trajano.

STATUS – No final de 2016, Roraima alcançou o status de livre da febre aftosa com vacinação, mas ainda não recebeu o aval do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para comercialização da carne. “Atualmente exportamos o gado apenas para o Amazonas. Pensando em expandir o mercado, estamos pleiteando a documentação para enviar ao Mapa, comprovando que Roraima é uma área segura”, comentou Trajano.

Após a avaliação do Mapa, a Aderr vai solicitar a vinda de uma comissão da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) a Roraima para verificar como é tratada a sanidade agropecuária. “A partir do saneamento do rebanho e da erradicação de problemas sanitários, como a febre aftosa, seremos reconhecidos pelo Mapa e poderemos expandir o mercado para outros estados e até mesmo outros países”, explicou.

A Aderr precisa enviar ao Mapa, até o final de maio, a documentação necessária para pleitear a liberação do comércio. A previsão é que até setembro uma equipe da OIE venha ao Estado para fazer a verificação. “A ampliação do mercado será significativa. Não há dúvida de que o agronegócio é a solução para a economia de Roraima, que tem uma vocação natural para o agronegócio”, concluiu Trajano. (B.B)