Cotidiano

Maioria das mulheres quer decidir quando menstruar, diz pesquisa

Levantamento realizado pela Febrasgo, em parceria com a Bayer, mostra que 55% não gostam de ficar menstruadas

Menstruar pode ser sinônimo de inconveniência para muitas mulheres, já que pode provocar tensão pré-menstrual (TPM), inchaço, cólicas e oscilações de humor. Há quem prefira não menstruar ou mesmo ter autonomia de quando ficará “naqueles dias”, mas não sabe como isso deve ser feito.

Pesquisa realizada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em parceria com a Bayer, mostrou que 89% das brasileiras se sentiriam confortáveis em poder decidir quando menstruar. Para o levantamento, foram entrevistadas 2.004 mulheres de oito capitais brasileiras, entre 18 e 35 anos.

O mesmo estudo mostrou que 85% das mulheres menstruam todo o mês. E dessa parcela, 55% declarou não gostar, especialmente porque sente incômodo e desconforto (52%) e tem muita cólica (46%).

Caso seja a opção da mulher, “existem diversos métodos que podem manipular o ciclo menstrual ou fazer com que seja interrompido”, conforme o ginecologista e obstetra José Bento. Dessa maneira, evita-se os sintomas da TPM, as oscilações de humor, a cólica forte e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida da mulher. Para a interrupção da menstruação, deve haver uma avaliação de cada caso pelo ginecologista, para que sejam definidas as opções de acordo com o cenário.

Entre os diferentes métodos para suspensão da menstruação está o DIU com hormônio ou uso da pílula de maneira contínua. “Entre as vantagens do anticoncepcional, eu destaco a melhora da pele, influência positiva sobre humor e qualidade de vida, possibilidade de controlar a duração dos ciclos e reduzir a quantidade de episódios de sangramento”, disse o presidente da Febrasgo, César Fernandes. (E.S)

Contraindicações da pílula devem ser observadas

De acordo com o ginecologista e obstetra José Bento, existem algumas restrições a mulheres que desejam interromper a menstruação e que é preciso ficar atento a essas contraindicações, como é o caso de pacientes com câncer de ovário e de endométrio.

Há contraindicações também para mulheres que tiveram doença grave no fígado, como cirrose, e para aquelas que têm diabetes de difícil controle e com antecedência de trombose. “Nós prescrevemos as pílulas para mulheres jovens, entre 18 e 35 anos, e saudáveis. É raro mulher nessa idade ter hipertensão, por exemplo”, comentou o médico. (E.S)

Sem menstruar por até 120 dias

Se a mulher quer ficar até 120 dias sem menstruar e sem precisar emendar cartelas de pílula, há uma nova opção de anticoncepcional no mercado. A Bayer lançou nesta semana o primeiro contraceptivo oral de baixa dosagem que permite que a mulher programe a menstruação: o Yaz Flex.

Ele funciona em duas fases: a obrigatória e a flexível. Na primeira, a mulher ingere 24 pílulas consecutivas. Na segunda, a mulher controla quantas menstruações quer ter no ano de acordo com suas vontades ou rotina, podendo menstruar no mínimo três vezes no ano.

Segundo o presidente da Febrasgo, César Fernandes, é recomendável que se faça uma parada em, no máximo, após o período de 120 dias para não ocorrer escapes. (E.S)

Aplicativo ajuda a evitar o esquecimento

Apesar do ciclo flexível parecer ser inédito, ele é um aperfeiçoamento na antiga técnica de emendar cartelas para evitar a menstruação. O mais interessante é que, junto ao produto, foi lançado o aplicativo Yaz Flex que ensina as mulheres o que elas devem fazer no caso de se esquecerem de tomar a pílula.

O aplicativo tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e mostra as mais diversas situações que a mulher passa no dia a dia. Têm alertas do horário do remédio e até recalcula mudanças quando a paciente troca de fuso, por exemplo, quando viaja ao exterior. A cartela com 30 comprimidos do medicamento custa em média R$ 70. Há programas de descontos para compras acima de três cartelas que garantem descontos. (E.S)