Cotidiano

Funai assina carta de anuência para liberar obra de Tucuruí

A manifestação da Funai era um dos motivos que estava impedindo a continuação da obra que tem como principal objetivo interligar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, assinou ontem (25) o documento que apresenta as condicionantes cabíveis para que a obra do linhão de Tucuruí seja retomada, com a passagem pela Terra Indígena Waimiri-Atroari. O documento assinado por João Costa é encaminhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

A manifestação da Funai era um dos motivos que estava impedindo a continuação da obra que tem como principal objetivo interligar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e assim a população roraimense deixar definitivamente de depender exclusivamente da energia do linhão de Guri.

Na semana passada, um grupo de políticos de Roraima com representantes do Tribunal de Justiça e Ministério Público esteve em Brasília em audiência com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e com o vice-presidente Michel Temer, cobrando agilidade para o retorno da construção do linhão, uma vez que Roraima possui uma energia instável. Além disso, a governadora Suely Campos esteve essa semana com a presidente Dilma Rousseff uma solução para o impasse.

A carta de anuência da Funai ressalta que ser necessária “a avaliação dos impactos que podem ocorrer com a instalação e a operação do empreendimento aos povos indígenas e terras indígenas”.

“Ante o exposto e no cumprimento de nossa missão institucional, é necessário alertar que qualquer intervenção naquela terra indígena sem a necessária construção de um consenso entre seus moradores, poderá acarretar novos conflitos que não são desejáveis nem ao empreendedor e tampouco àquela comunidade”, alertou o presidente.

No final do documento, o presidente da Funai enumera as condicionantes cabíveis para a passagem da obra na terra indígena como, por exemplo, a necessidade de se construir o planejamento da obra juntamente com a Funai, da construção de barreiras nos acessos às torres de transmissão, dos cuidados no desmatamento e alternativa de localização das torres ao lado da BR-174.