Cotidiano

Estudo sobre implantação de hidrovia no AM que inclui Roraima é apresentado

O estudo de implantação da Hidrovia no Rio Amazonas para auxiliar no escoamento da produção e reduzir números de acidentes com embarcações, entre outras medidas, foi apresentado em Roraima, na tarde de ontem, 3, no auditório do Sesi. O evento foi uma iniciativa da Diretoria de Infraestrutura Aquaviaria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Conforme as normas do DNIT, as obras de infraestrutura consideradas de grande custo devem ser precedidas por Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) antes de sua execução e apresentadas pela empresa ganhadora da licitação, neste caso, a Laghi Engenharia e Petcon. Durante o evento, a engenheira da Laghi, Karla Carriço, deu esclarecimentos sobre o desenvolvimento do estudo, iniciado em 2013.

“Desde essa época, o consórcio começou os estudos de campo para discutir o EVTEA. Em 2013 e 2014, foram feitas as análises e depois disso foi feita a consolidação dos dados até a elaboração dos projetos executivos. Agora nós estamos fazendo a apresentação dos projetos executivos e novos resultados”, explicou.

Segundo Karla, o estudo contempla seis grandes rios da Região Norte: o Rio Branco, em Roraima, e um trecho do Rio Negro, Solimões, Amazonas, Purus e Juruá, todos no Estado vizinho. A ideia é que se tenha uma integração hidroviária entre todas as comunidades e cidades ao longo desses rios. “Hoje nós temos rios navegáveis e que não são hidrovias. E nem todos eles são navegáveis todo o período do ano. O Rio Branco mesmo, por exemplo, existe um período em que a água seca bastante e o rio se torna impraticável para navegação. A ideia do projeto é tornar esses rios navegáveis o ano inteiro através de dragagem e derrocagem, que são serviços de engenharia”, afirmou Karla.

Outro ponto abordado no estudo é a sinalização e balizamento dos rios para aumentar o nível de segurança. “Uma rodovia só é uma rodovia se ela for sinalizada, se for asfaltada, se tiver anuência do Governo Federal. E essa é a mesma situação. Os acidentes que acontecem hoje nos rios são altos também por conta da falta da sinalização. A gente também tem muita perda nesse sentido”, frisou.

Segundo a engenheira, o estudo leva em consideração que 80% dos rios navegáveis estão na bacia da Amazônia e defendeu que com a possível implantação da hidrovia, muitos benefícios podem ser trazidos para a Região Norte. “Por exemplo, o número de acidentes pode reduzir, o custo do produto também tende a cair porque, no transporte hidroviário, a carga consegue ser superior. Em uma viagem de balsa, podem ser transportados 20 caminhões, reduzindo muito o consumo de combustível dos caminhões”, comentou.

AVALIAÇÃO – Presente ao evento, o titular da Secretaria Nacional de Transportes Terrestre e Aquaviário (SNTTA), Luciano Castro, informou que o Ministério do Transporte tem abraçado uma alternativa real de transporte no setor de logística do país. “O projeto atual interliga vários rios da Amazônia, inclusive o Rio Negro e a foz do Rio Branco, praticamente até Caracaraí. Então, é um projeto interessante, especialmente se o Estado fortalecer ainda mais a produção e exportação de grãos. É um momento importante para que as discussões possam se aprofundar”, comentou.

A superintendente regional do DNIT em Roraima, Delchelly Roberta de Souza, classificou o estudo como um grande avanço para o Estado. “Nós temos que ter infraestrutura e o DNIT já vem trabalhando há um tempo para a parte rodoviária e a agora vamos iniciar essa parte de hidrovia, viabilizando a economia no sistema. É um grande avanço, um grande ganho para Roraima. Espero que esse projeto alcance muitas pessoas, para que a gente consiga alcançar muitos investidores e o desenvolvimento do nosso Estado”, frisou. (P.C.)