Cotidiano

Boa Vista é classificada com baixo índice de transmissão de dengue

Levantamento rápido foi realizado no início do mês de março e detectou apenas no bairro Jardim Olímpico a larva do mosquito

O último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado no período de 19 a 23 de março, indica o índice de 0,6%, e classifica Boa Vista com Baixo Risco para transmissão de dengue, o que afasta a preocupação de epidemia do vírus na cidade. Apenas no bairro Jardim Olímpico foi encontrada uma larva ativa do mosquito.

O primeiro LIRAa foi realizado no início do ano e teve também resultado animador de 0,5%, isto é, baixo índice de infestação. Comparados ao mesmo período do ano passado, os números são bastante positivos. No ano passado, o índice do LIRAa foi de médio e alto risco, o que intensificou as ações de prevenção e de combate à proliferação do mosquito, que transmite também o zika vírus e chikungunya.

Segundo o coordenador do Núcleo de Vigilância às Endemias, Samuel Garça, foram verificados 53 bairros no período do LIRAa e os agentes visitam os locais que já apresentaram altos índices de proliferação e fazem o levantamento dos dados. O material coletado é levado ao Núcleo de Endemias, onde é verificada a quantidade de larvas.

“De todos os bairros visitados, apenas o Jardim Olímpico tinha uma larva, o setor então foi classificado com alto risco, mas através dos cálculos preconizados pelo Ministério do Trabalho somados com todo o material coletado em todos os bairros o total resume-se em baixo risco”, disse Garça.

O coordenador afirmou que a região do Distrito Industrial e cercanias foram classificadas com médio risco e as ações de combate serão intensificadas. A luta contra o Aedes aegypti é constante e durante todo o ano são desenvolvidas estratégias de combate ao mosquito através das equipes de combate às endemias, o controle de vetores por meio das visitas domiciliares diariamente e ainda além da eliminação de criadouros, tratamento de focos e borrifação.

Com a chegada do inverno, as ações de prevenção e combate são intensificadas no setor. Samuel Garça disse que é necessário que a população esteja atenta a qualquer possibilidade de acúmulo de água. Ele explicou que, mesmo agora, no verão, muitas pessoas acumulam água por causa da falta de água em alguns lugares da capital e, por causa disso deixam cisternas e caixas d’água sem cobertura, tornando locais propícios para maturação dos ovos.

“O mosquito está dentro de nossas residências e procura locais úmidos e escuros para ficar. Após o acasalamento, a fêmea busca o local para o depósito dos ovos e todos os locais com água se tornam os berços propícios para a eclosão dos ovos”, explicou Garça. Ele disse que a fêmea não põem os ovos direto na água, mas sim nas bordas de qualquer recipiente que contenha água e qualquer pingo de água basta para eclodir os ovos que podem produzir de 200 a 300 larvas.

Os cuidados com locais que acumulam água devem ser constantes. “Muitas vezes o morador não tem o olhar do agente, que sabe exatamente onde procurar para evitar a proliferação do mosquito”, explicou Garça. Ele disse também que todos os agentes estão devidamente uniformizados e com crachá e, se o morador tiver alguma dúvida sobre a identidade do servidor, pode entrar em contato com o núcleo para confirmar através do número 3224-1023.

FUMACÊ – A Secretaria estadual de Saúde afirmou que é rotineira a disponibilização de carros Ultra Baixo Volume (UBV), conhecidos como carro-fumacê, para os municípios que os solicitam para pulverização de inseticida nas áreas onde há maior índice de infestação. (C.O.)

Sindicato denuncia que número
de agentes não supre a necessidade

O número de agentes de endemias disponível hoje para o trabalho de combate e prevenção ao mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses (dengue, zika e chikungunya), é insuficiente. É o que afirma o presidente do Sindicato dos Agentes de Endemias, Flavinei Almeida.

Segundo Flavinei, atualmente o número de agentes não chega a 180 e, para atender toda a cidade de Boa Vista, seriam necessárias 300 pessoas atuando nas ruas no combate ao mosquito. Flavinei contou que em 2011 o número de agentes trabalhando era de 285 e que eles foram demitidos por causa da realização de um seletivo que ofertou apenas 200 vagas.

“Não temos o número exato porque muitos têm pedido exoneração, reduzindo gradativamente o quantitativo de pessoas para o trabalho”, explicou.

Flavinei Almeida contou que, para suprir a demanda, a Prefeitura de Boa Vista publicou uma portaria que exigia a visita de 25 casas ativas pelos agentes, antes eram 25 casas ativas e vazias, aumentando o volume de trabalho dos agentes. “É preciso que a Prefeitura realize outro seletivo ou faça a contratação de mais agentes. O pessoal do setor está muito sobrecarregado”, ressaltou o presidente.

OUTRO LADO – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que já chamou o número de agentes de combate às endemias preconizado pelo Ministério da Saúde no último seletivo realizado. A administração municipal poderá chamar, eventualmente, os profissionais do cadastro de reserva caso haja necessidade e de acordo com as possibilidades orçamentárias. (C.O.)