Cotidiano

Balança comercial registra aumento de 90% na exportação de alimentos

Venda de arroz e açúcar subiu por conta da crise econômica que a Venezuela atravessa, o País é o maior importador de produtos roraimenses

Dados da balança comercial do Estado de Roraima referentes ao primeiro trimestre deste ano revelam que houve um aumento do número de exportações em comparação com o mesmo período do ano passado, em especial, no setor da venda de alimentos. Segundo dados da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), somente nos primeiros três meses deste ano foram exportados US$ 3,4 milhões em mercadorias, o que representa um crescimento de mais de 94% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o chefe da Divisão de Estudos e Pesquisas da Seplan, o economista Fábio Martinez, esse aumento se deu por conta do número de exportações de arroz e açúcar para a Venezuela, por conta da crise econômica em que o país vizinho se encontra. “O principal país que compra as nossas mercadorias é a Venezuela, que voltou a ser o nosso principal parceiro comercial. Antes compravam muita madeira da gente. Agora as compras são de alimentos, por conta da crise”, informou Martinez. “A maioria, cerca de 80% de tudo que a gente vendeu nesse primeiro trimestre, foi alimentos. Basicamente, arroz e açúcar. Tem um pouco de óleo de soja, mas basicamente são esses dois mantimentos”, acrescentou.

Segundo a Seplan, foram vendidos US$ 1,2 milhões em arroz, US$ 907 mil em açúcar e US$ 151 mil em óleo de soja. “Além disso, a gente vende madeira para alguns países da Europa, principalmente a Holanda. A Guiana também compra alguma coisa, como água mineral. Apesar de ser um valor pequeno, mas é constante”, explicou Martinez.

IMPORTAÇÕES – Com relação às importações, as mercadorias somaram US$ 1,8 milhão no primeiro trimestre, o que representa uma queda de -2,5% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

A China é o principal país que exporta para Roraima por conta da venda de centrais de ar, que representa US$ 810 mil, seguidos pela compra de pneus com US$176 mil e peças de motocicletas com US$ com 133 mil, o que resulta em US$ 1,312 milhão.

A Guiana aparece em segundo lugar, com US$ 190 mil, por conta do arroz típico da culinária japonesa que é comprado do país vizinho. Em seguida, aparece o Canadá, com a compra de farinha de trigo, que representa US$ 118 mil.

Sobre o arroz usado para a culinária japonesa, o economista explicou que um dos produtores do cereal é de Roraima e possui uma fazenda na Guiana. “Então, a empresa produz e ela mesmo compra o que é feito na Guiana, mas é computado como importação”, acrescentou.

EXPECTATIVA POSITIVA – Fábio Martinez acredita que o saldo deve manter o nível alto por conta de dois motivos básicos. O primeiro deles é a crise na Venezuela. “Quem compra da gente é o pequeno comerciante venezuelano, por conta da proximidade, é mais em conta do que dos grandes centros, em São Paulo, por exemplo. A gente acredita que a crise não vai se resolver tão cedo. Então, provavelmente, durante boa parte do ano, nós vamos ter um saldo alto de vendas”, afirmou.

A outra situação é em relação à exportação de soja. “Nos últimos anos, a soja tem sido o principal produto que a gente vem exportando. A gente tem aumentado o número de vendas, porém, nesse ano ainda não apareceu uma exportação expressiva. Mas se a gente analisar o ano passado, a gente exportou pouco mais de 20 toneladas de soja e a gente produziu pouco mais de 70 toneladas de soja. Então deve ter alguma coisa ainda para sair. Pode não acontecer nesse ano, mas em algum momento esse produto vai ser exportado. Talvez em setembro quando começar a colheita”, disse Martinez. (P.C)