Apenas 33% do público-alvo foi vacinado contra sarampo

A campanha de vacinação contra o sarampo não atingiu a meta. O objetivo era vacinar cerca de 400 mil pessoas, mas apenas 136.570 foram vacinadas em 30 dias de campanha, perfazendo um total de 33% do pretendido. Por conta disso, a campanha foi prorrogada até 21 de abril.

Inicialmente a campanha foi em busca do público geral, de seis meses a 49 anos. Do total de pessoas vacinadas, em torno de 60% delas estão entre 20 a 49 anos. “Geralmente é um público que já perdeu seu cartão de vacina, não tinha certeza se foi ou não vacinado”, disse a coordenadora estadual de Vigilância em Saúde, Daniela Souza.

Daniela informou também que, do total de pessoas vacinadas, 80% eram brasileiros e 20% venezuelanos. E quanto a este público, ela salienta que o número deles é muito cíclico, isto é, todos os dias verificam-se a chegada de novos imigrantes venezuelanos. “Existe uma regulamentação sanitária internacional de 2005 que impede que o Brasil obrigue o turista ou imigrante de entrar no país somente se estiver ou for vacinado. Devido a essas regras não podemos exigir ou obrigá-los a se vacinarem”, reforçou.

A coordenadora contou que, após inúmeras negociações, o Governo do Estado conseguiu ativar uma sala no município de Pacaraima, para imunizar os imigrantes que optarem pela vacinação. “Existe uma tendência que agora, com a presença maciça dos militares na fronteira, haja um reforço no pedido para que eles sejam imunizados”, comentou.

Segundo Daniela, a vacina contra o sarampo tem uma eficácia de 95% e garantiu que, com a população imunizada, os riscos são mínimos. “Para isso vamos nos concentrar em vacinar a população do estado, os imigrantes que estão aqui no território brasileiro. Porque mesmo com pessoas doentes entrando, quem está imunizado não vai ficar doente, mesmo que esteja próximo de uma pessoa com sarampo”, assegurou a coordenadora.

A campanha de vacinação contra o sarampo encerra dia 21 porque dois dias depois inicia a campanha de vacinação contra a influenza. “O público da influenza é muito parecido com o de sarampo, então oportunamente não vamos parar de vacinar contra sarampo, pois o surto pode continuar indefinidamente já que sempre têm chegado imigrantes doentes”, asseverou Daniela.

Quanto a novos casos, a coordenadora informou que até ontem, 12, foram notificados 268 casos, sendo 200 em investigação, 59 confirmados e nove descartados. Segundo a coordenadora, os esforços das equipes de vacinação em todos os municípios do estado serão concentrados agora na vacinação de crianças de seis meses a dez anos de idade, faixa etária de maior vulnerabilidade. (C.O)