Cotidiano

Greve da Enfermagem segue sem negociações com o Governo

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

A greve geral dos servidores de Enfermagem chegou ao seu sexto dia sem previsão de término. O motivo, segundo os grevistas, é a falta de comunicação e negociação junto ao Governo do Estado. A concentração da categoria está ocorrendo em frente ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Entre as reivindicações estão o reajuste salarial, pagamento de progressões, retroativo (passivo de anos anteriores) e o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR).

No local, os servidores se mantêm unidos e seguros da decisão tomada. Para eles, o objetivo do acampamento em frente ao maior hospital do Estado é chamar a atenção da sociedade e da atual gestão, a fim de que a mesma preste atenção à classe. “Estou dormindo aqui há cinco dias e, desde o início, o governador não pisou aqui”, contou o técnico em enfermagem Valter Nogueira.

O técnico avaliou a situação como desumana, visto que a categoria luta por melhorias desde 2004. As faltas de medicação e material para atendimento à população foram os principais pontos destacados. “Quem sofre sem insumo é a população, mas somos nós quem atendemos essas pessoas. Na entrada e saída do atendimento, eles passam por nós. Ninguém gosta de ficar aqui, mas isso já se tornou uma bola de neve todos esses anos”, pontuou.

                                                                                  

Como consequência do ato, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindiprer) têm recebido denúncias de servidores que têm sofrido repressão e boicote no centro cirúrgico. A informação foi dada pelo presidente do Sindprer, Melquisedek Menezes. “Não suportamos mais. Neste ano, mais de 12 óbitos de servidores foram registrados. Servidores que estavam doentes há anos por falta de condições de trabalho e salários defasados”, disse.

                                     

O presidente reforçou que a situação dos servidores e de todo o sistema, em si, foi levada aos órgãos competentes, como Ministério Público do Trabalho (MPT), Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) e Governo de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “Protocolamos demandas na Casa Civil, elas chegam na Sesau e não são atendidas. Se alguma tragédia ocorrer nos hospitais a culpa não é da enfermagem. Eles são comprometidos pela falta de gestão”, concluiu.

CARREATA – Nesta quinta-feira, 5, uma nova carreata será realizada pela categoria, desta vez, no município de Caracaraí, ao Sul do Estado. Na segunda-feira, 2, os grevistas realizaram uma carreata que saiu do HGR, passou pela Maternidade, Hospital Coronel Mota e se dirigiu ao Centro Cívico. Em frente ao Palácio, a categoria não foi recebida pelo Governo. “A categoria busca diálogo e entendimento, mas o Governo até o momento, não ouviu, não atendeu e não resolveu os problemas”, contou o presidente.

OUTRO LADO – A reportagem da Folha procurou a Secretaria Estadual de Saúde para saber o posicionamento sobre a greve dos enfermeiros e até o fechamento da reportagem não obtivemos retorno.