Cotidiano

Servidores da Cerr paralisam nesta segunda

Conforme o presidente do Stiu-RR, mais de 500 funcionários estão com salários atrasados e ainda não receberam o ordenado referente ao mês de fevereiro

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (Stiu-RR), em assembleia geral com os trabalhadores da Companhia Energética de Roraima (Cerr), decidiu paralisar suas atividades por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira, 26. A categoria reivindica o pagamento dos salários e alega que até o momento não recebeu o montante referente ao mês de fevereiro.

De acordo com o presidente do Stiu-RR, Gisselio Cunha, a paralisação foi definida após uma série de providências tomada pela categoria nas últimas semanas. Primeiro, houve a tentativa de diálogo com a diretoria da Cerr e o Governo do Estado. Em seguida, paralisações de advertência nos dias 16, 19 e 20 de março.

Por falta de uma resposta definitiva da administração de pelo menos uma previsão do pagamento, a categoria decidiu paralisar. “Não tivemos resposta nem da presidência nem do governo do estado. Nós então decidimos realizar uma nova assembleia na quinta-feira, 22, e deliberamos pela paralisação”, afirmou.

O presidente reforçou que a categoria vai manter o funcionamento dos serviços essenciais conforme demanda a legislação, porém, alerta que a paralisação pode influenciar na distribuição de energia elétrica, considerando que mesmo com a concessão da empresa, a Cerr ainda é responsável pelo fornecimento nos 14 municípios do interior do Estado.

“Quando foi no dia 1º de janeiro de 2017, a Cerr perdeu a concessão e a Eletrobras Distribuição Roraima passou a ter essa atribuição de cobrir o interior do estado. A partir daí a Cerr entrou em processo de extinção, mas ainda é responsável por algumas localidades como a Usina de Jatapu”, explica Gisselio.

Atualmente, conforme Gisselio, a companhia conta com 55 empregados cedidos para a Eletrobras Roraima através de um acordo de cooperação técnica. Na Usina de Jatapu, por exemplo, são 30 funcionários da Cerr que realizam o trabalho. O sindicalista explica que a categoria inclusive vai até a localidade, no município de Caroebe, para tentar sensibilizar os servidores a aderirem à greve.

O funcionário diz lamentar que a categoria tenha que chegar ao ponto de afetar a população do interior, mas alega que a situação está insustentável. “Esses servidores também não receberam salário, porque dependem da Companhia que faz o pagamento direto a eles”, acrescentou. “É uma situação lamentável que hoje nós já estamos passando, mais de 500 funcionários afetados, pais e mães de família”, declarou o presidente.

Gisselio disse ainda que a categoria obteve informações informais de que o Governo do Estado faria o pagamento do salário de fevereiro no dia 30 de março, mas que ainda não há uma confirmação. “Imagina só um pai de família trabalhar o mês todo esperando para receber o salário só no dia 30. A Companhia deixou de cumprir a sua própria legislação trabalhista, de cumprir o acordo coletivo e de dar qualquer satisfação aos servidores”, criticou.

TEMPO INDETERMINADO – O presidente explicou que, no momento, a paralisação será promovida por tempo indeterminado. A concentração dos servidores em greve será na Praça do Centro Cívico, em frente ao Palácio do Governo. Gisselio ressalta, porém, que a categoria está disposta a entrar em acordo com o Estado.

“Só eles pagando, efetuando o pagamento, que nossa turma retoma as atividades normalmente”, afirmou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com o Governo do Estado para obter informações sobre um possível acordo entre as partes e previsão de quando serão cumpridos os honorários. Em nota, a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) informou apenas que, até o dia 30 de março, será feito o pagamento da administração indireta, conforme a disponibilidade financeira do Estado. (P.C.)