Rejeição pode definir eleição presidencial

Especialistas analisam que a distribuição de votos dos indecisos também deve influencia nos resultados de primeiro e segundo turno

Apesar de aparecer liderando as pesquisas de intenção de voto, candidato Jair Bolsonaro (PSL) também aparece no topo da lista de rejeição entre os presidenciáveis deste ano. Segundo o cientista político Rafael Cortez, esse deverá ser o principal obstáculo a ser superado pelo capitão reformado do Exército.

Na última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira passada, 14, o candidato aparece com 44% de rejeição, bem a frente de adversários maiores como Marina Silva (REDE), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

A rejeição de Bolsonaro é uma das maiores entre candidatos a presidência desde o fim da ditadura militar no país. Para efeitos de comparação, mesmo apresentando queda nas pesquisas, Fernando Collor de Melo acabou sendo eleito no ano de 1989, tendo uma rejeição de 29%.  

“O segundo turno é uma contraposição entre rejeições, de voto estratégico, o chamado voto útil. O eleitor não tem mais a pluralidade de nomes. Bolsonaro contra PT teria uma rejeição alta. Essas são típicas falhas de coordenação eleitoral, por parte da elite política e do eleitorado, que não faz voto estratégico”, ressaltou.

A distribuição dos votos dos indecisos e a tentativa de redução da rejeição podem ser determinantes neste cenário de insatisfação e falta de esperança por parte da população brasileira.

Nas simulações de segundo turno, por exemplo, Bolsonaro perderia para Ciro (45% a 38%) e está em empate técnico com Alckmin (41% para o tucano contra 37%), Marina (43% a favor da candidata da REDE contra 39) e Haddad (40% contra 41% a favor do PSL).

“A rejeição muitas vezes é mais trabalhada pelas campanhas, há uma tentativa de diminuir a rejeição e aumentar a do adversário”, completou o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

INFORMAÇÕES: Portal UOL.