Cotidiano

RR vai passar por auditoria sobre aftosa

Caso o Estado tenha feito a lição de casa, Roraima poderá integrar a lista de localidades com status Livre de Febre Aftosa com Vacinação

O diretor de Defesa Animal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Haroldo Pimentel, afirmou que o Estado receberá, no próximo mês, auditores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para verificar o status que monitora a questão da febre aftosa no Estado. Roraima está na classificação como Médio Risco para Aftosa. Caso a auditoria seja satisfatória, o Estado pode vir a integrar o rol de localidades com status Livre com Vacinação.

Apenas Santa Catarina, no Sul do País, possui a classificação de Estado Livre de Aftosa sem Vacinação, dispensando a obrigatoriedade de vacinação anual do rebanho bovino. “O Mapa classifica os estados da Federação de acordo com a condição sanitária da localidade. Roraima ainda está sob uma condição sanitária bem desfavorável para a exportação de carne. Para a gente atingir a certificação sanitária adequada para nos possibilitar vender carne para outros países, precisamos estar numa zona livre com vacinação, assim como é o resto do Brasil. Então, vamos sofrer uma auditoria em novembro e possivelmente vamos passar para esse status. Isso vai possibilitar que o mercado se abra também ao Estado de Roraima”, destacou.

“É importante ressaltar que a febre aftosa já vem sofrendo um processo de erradicação em nível de Brasil, mas aqui, em Roraima, ainda estamos na luta para erradicar a doença. Combater um vírus não é tarefa das mais fáceis. Precisa ter estratégias para fazer esse combate. Mas, de uma maneira geral, a equipe da Aderr está estruturada. Temos fiscais agropecuários no Estado, temos uma frota de veículos que nos dá condições de chegar a todos os municípios, o que está nos possibilitando chegar próximo de alcançar essa meta”, frisou.

PROJEÇÃO – Na primeira etapa da campanha de vacinação contra a aftosa, a agência registrou a imunização de 96% do rebanho. A expectativa agora, na segunda etapa, prevista para encerrar em 20 dias, é alcançar 100% do rebanho vacinado, meta perseguida em todas as campanhas, que vêm atingindo índices acima de 90%.

Em caso do não cumprimento de prazo estabelecido pela Aderr, o produtor ficará sujeito a penalidades previstas em lei, como pagamento de multa de R$ 72 por cada animal não vacinado, além de cerca de R$ 1.098 de multa à propriedade. “Nós temos um prazo de 15 dias iniciais para fechar o relatório parcial, que inclui informações sobre venda de vacinas e imunização de rebanho. Como ainda não houve a conclusão dessa etapa, nós ainda não temos esses dados”, frisou o diretor de Defesa Animal, Haroldo Pimentel.

O relatório na 1ª quinzena de novembro e o relatório final serão finalizados após o período normal, mas diariamente os fiscais irão repassar os números por meio do acompanhamento da venda da vacina nas lojas. “A procura está grande, diferente de outras campanhas de vacinação”, disse.

Além da atualização do cadastro, a agência fará estudos de sorologia do rebanho bovino do Estado. A ideia é verificar se os proprietários estão de fato imunizando suas criações. “Temos informações de que alguns produtores se recusam ainda a vacinar os animais. Ou seja, compram a vacina apenas para fazer uso da nota fiscal e não aplicam o medicamento no seu rebanho. Então, isso prejudica a imunização, que deve ser sistêmica. Por isso, vamos fazer a colheita do sangue do rebanho para verificar se esses animais foram de fato vacinados. Num futuro bem próximo, creio que dezembro desse ano, a agência possa fazer esse estudo”, destacou.  

FEBRE AFTOSA
Faltando 20 dias para vacinação terminar, procura se intensifica

Com menos de 20 dias para o término da segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, a procura por vacinas nas lojas de artigos agropecuários começa a crescer no Estado. Na Capital, cada dose está sendo vendida a R$ 1,95, em média, um pequeno acréscimo de 10 centavos em relação ao ano passado.

Gerente de uma loja do ramo, no bairro Pricumã, zona Oeste, Renato Lopes disse que a clientela tem procurado se programar para garantir a vacinação do rebanho antes do fim da campanha. “Nesses primeiros dez dias, a procura tem sido bem intensa na nossa empresa. Este ano, o produtor tem tentado, ao máximo, se antecipar para vacinar o rebanho antes do fim da campanha. É até uma recomendação nossa para que eles não deixem para a última hora, para que não fiquem sem a dose da vacina”, comentou.

Lopes ressaltou que o produtor precisa tomar outros cuidados no manuseio do medicamento. Para sair da loja, as doses precisam estar conservadas em isopor com gelo a uma temperatura entre 2°C e 8°C. Além de sempre procurar lojas que estejam devidamente licenciadas pela Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).

“A gente disponibiliza uma média de 800 mil doses por campanha, atendendo a 25% da demanda total. Na primeira etapa deste ano, chegamos a atingir a meta de 400 mil doses de vacinas vendidas. Nessa segunda etapa, nós esperamos manter esse número também. Quem for adquirir a vacina deve sempre trazer um isopor, já que ela precisa estar sempre refrigerada em uma temperatura ideal para manuseio. A empresa fornece o gelo, caso necessário. Além disso, é importante que comprem em locais credenciados e tragam todos os seus dados para constar na nota fiscal, que é repassada para órgão de defesa animal do Estado”, destacou.  

A imunização contra a febre aftosa ocorre duas vezes ao ano, sempre nos meses de abril e outubro. Nesta segunda etapa, o produtor tem até o dia 31 para realizar a imunização do rebanho bovino, tendo ainda 15 dias para informar a agência sobre a realização do procedimento. Segundo o diretor de Defesa Animal da Aderr, Haroldo Pimentel, além do registro de vacinação, as equipes também realizam a atualização cadastral sobre a situação do rebanho no Estado.

“O cadastro do produtor é dinâmico, podendo sofrer variações diariamente, já que ela inclui nascimento de novos animais e o quantitativo de vendas, seja para reprodução ou abatimento para consumo humano, entre outras situações. Então, é preciso que a cada seis meses o produtor procure as unidades para fazer a atualização do cadastro. A gente recomenda que venha até nós, traga a estratificação do rebanho por idade e por sexo dos animais e declare as unidades de defesa agropecuária”, afirmou. 

Pimentel destacou os trabalhos de reestruturação realizados pela administração estadual em relação ao melhoramento operacional dos 27 Escritórios de Atendimento aos Consumidores e Unidades de Defesa Agropecuária espalhados no Estado. “Hoje, os 15 municípios do Estado possuem os seus escritórios da Aderr, com equipe de fiscais e especialistas da agência e com veículos de apoio. Estamos com uma capilaridade de serviço bem abrangente. O ideal é que o profissional e os escritórios da agência estejam o mais próximo possível da unidade de produção, para que numa emergência sanitária, no caso de foco, o profissional veterinário faça o atendimento da ocorrência”, salientou.