Cotidiano

Produtoras rurais são orientadas sobre violência doméstica

As mulheres tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre os seus direitos.

A informação pode salvar vidas, como no caso de Corina da Silva Gomes, de 40 anos, da comunidade indígena Alto Arraia, localizada no município de Bonfim. Durante vários anos ela sofreu agressões por parte do seu ex-marido, e relembra que não podia sair de casa, trabalhar e nem estudar.

“Eu me sentia muito pequena diante do homem. Era incapaz, mas a partir das palestras, me senti encorajada e disse chega! Vou estudar e trabalhar”.

Quando descobriu os seus direitos, terminou o relacionamento e realizou o sonho de fazer faculdade. Hoje estuda Ciências Sociais e pretende cursar Direito, para ajudar outras mulheres que estejam passando pela mesma situação.

Ela é uma das participantes da palestra que ocorreu nesta quinta-feira (23), no bairro Silvio Botelho, na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado de Roraima (Fetraferr), ministrada pela equipe multidisciplinar do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), composta por psicóloga, advogada e assistente social.

“As mulheres tiveram a oportunidade de aprender e tirar dúvidas sobre a Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, violência doméstica e o serviço do Chame”, disse a psicóloga do Chame, Adriana Barbosa.

No encontro, participaram 30 produtoras rurais dos municípios de Alto Alegre, Bonfim, Mucajaí, Iracema, Cantá e de Boa Vista.

Adriana destaca que muitas mulheres ao se identificarem com os sinais de violência doméstica ou familiar, acabam buscando ajuda no Chame. “Ao conhecerem o serviço do Centro e os seus direitos, a mulher se sente segura e encorajada para quebrar o silêncio e pedir ajuda”.

A presidente da Fetraferr, Maria Alves, solicitou a palestra ao identificar a necessidade de levar a informação para as mulheres que residem no interior do Estado de Roraima. “Muitas produtoras rurais desconhecem o serviço do Chame, por isso convidamos a instituição para explicar como elas podem procurar ajuda, caso estejam passando por essa situação”.

Atendimento – O Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, no primeiro semestre de 2018, atendeu 564 vítimas de violência doméstica.

O Centro funciona na rua Coronel Pinto, 524 e mais informações podem ser obtidas pelo 0800-095-0047. Por telefone, as vítimas podem solicitar atendimento ainda por meio do ZapChame (98402-0502) que funciona 24 horas, todos os dias e atende pessoas tanto da Capital quanto do interior.

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