Cotidiano

Pescadores já podem voltar a trabalhar

Período defeso encerrou no final de junho; Pesca de pirarucu continua proibida até 30 de agosto

O período da piracema, que compreende a suspensão da pesca profissional em todos os rios do Estado de Roraima nos meses de março a junho, acabou e os pescadores já podem voltar a pescar normalmente. Mas até o dia 30 de agosto a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) mantém o monitoramento dos rios em razão da restrição da pesca ao pirarucu.

Ao realizar o balanço do período da piracema, o diretor da Divisão de Fiscalização Ambiental da Femarh, Yuri Lima, avaliou como positiva as ações realizadas pelo órgão, em parceria com a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar. Lima informou que os fiscais ambientais realizaram uma das maiores apreensões de apetrechos de pesca durante o período de reprodução de espécies nativas, incluindo 175 malhadores, uma embarcação de madeira contendo cinco espinheis, freezers e um veículo com diversos itens de pesca no Município de Caracaraí, no Rio Ajarani, e mais malhadores expostos no Igarapé Grande.

“Durante as operações realizadas pela Femarh no período da piracema, esta foi uma das maiores apreensões já contabilizadas. Após identificarmos o infrator, ele foi autuado e vai responder administrativamente sobre a infração conforme prevê o artigo 34 do decreto 6.514. A embarcação foi destruída juntamente com os itens”, comentou.

Quanto à fiscalização, Yuri Lima ressaltou que a Femarh vai mapear os pontos onde ocorreram as infrações. “Além disso, já estamos montando outra operação com destino ao Baixo Rio Branco e conferir o relato dos ribeirinhos quanto à entrada de pescadores do Amazonas para realizarem a pesca ilegal no nosso período de restrição. São vários relatos de que embarcações de Manaus cruzam o limite dos Rios Negro e Branco com vários equipamentos de pesca. Estamos investigando esta denúncia”, disse.

APOIO – Yuri solicitou o apoio da população em denunciar qualquer atividade ilícita envolvendo a pesca, e reforçou a necessidade da conscientização quanto aos prejuízos para a população, a exemplo da redução cada vez mais frequente de espécies regionais antes comercializadas nas feiras e mercados. “A população tem um papel fundamental neste processo nos ajudando a realizar o controle e a garantia da reprodução segura de peixes nativos. Caso alguém identifique qualquer atividade ilícita, pode nos acionar pelo número (95) 2121-9186”, informou.

Federação de Pescadores cobra implantação do plano de fiscalização 

Ao destacar o trabalho realizado pela Femarh em 2018 durante o período de proibição da pesca nos rios de Roraima, o presidente da Federação das Colônias de Pescadores e Piscicultores de Roraima, Rafael Pereira, avaliou como satisfatória, porém reforçou a necessidade de instituir um plano de fiscalização mais abrangente pelo órgão, e assim passar a estender este trabalho nas bancas de comercialização do pescado.

“Gostaria de deixar como sugestão a ampliação desta fiscalização, abrangendo também as bancas que comercializam pescado tanto na capital como no interior neste período da Piracema. Isso seria de suma importância a inclusão desta ação no plano de fiscalização a ser realizado pelo órgão, inclusive com a celebração de parcerias com as secretarias municipais de Meio Ambiente para executar com eficiência esta ação prevista no plano que vamos encaminhar à Femarh”, detalhou.

DENÚNCIAS – Rafael Pereira informou que a Federação de Pescadores recebeu várias denúncias de comercialização irregular de pescado durante a proibição da pesca. Um destes casos foi no Município de Iracema, onde era anunciada em grupos de WhatsApp a venda de espécies proibidas em uma banca no município. No mesmo momento, os anúncios foram encaminhados a Femarh e solicitado apoio para coibir esta prática irregular.

“É necessário conflitar a Guia de Transporte de Pescado, com as espécies colocadas à venda, juntamente com a nota fiscal do pescado. A ampliação do número de fiscais ambientais com a realização de um concurso público é necessária para que todos os municípios do Estado de Roraima possam ser monitorados durante o período da piracema”, reforçou. (R.G)