Cotidiano

Período de chuvas aumenta risco de infestação do Aedes Aegypti

Para combater o transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana é preciso que a população ajude na prevenção

Com a intensificação do período das chuvas, as autoridades de saúde da Capital estão em alerta para um possível crescimento no índice de infestação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela Urbana.

Em entrevista ao Jornal 1020, da Rádio Folha AM, o coordenador municipal de Vigilância e Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, Samuel Garça, falou das ações que estão sendo feitas para a eliminação de criadouros.

“A cada ano, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) vem intensificando as ações de combate aos criadouros do Aedes, principalmente agora nessa época de inverno. Os nossos agentes estão em campo diariamente, fazendo as visitas nas residências e levando informação para a população. É importante destacar ainda que o Exército está novamente conosco esse ano, o que tem ajudado a fortalecer ainda mais essas atividades”, disse.

Conforme Garça, a parceria com o Exército, assim como outras entidades, tem sido fundamental para combater a proliferação dos vetores do mosquito. O último LIRAa (Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypit), por exemplo, apontou índice de infestação de 6,6% para a capital, um percentual que vem caindo desde 2016.

“Essa parceira com o Exército, por exemplo, vem desde 2016, quando ocorreu o Dia D em todo o país. Desde então, eles passaram a ser um dos nossos mais importantes aliados na implantação dessas ações, que tem resultado em quedas significativas. Só para você ter uma ideia, o nosso índice de infestação em 2016 era de 11,4%, e em 2017 foi para 10,7%. Em 2018, esse percentual é de 6,6%, o que mostra um avanço nesses trabalhos”, destacou.

Questionado sobre as áreas de maior incidência de criadouros do mosquito, o coordenador disse que grande parte está na periferia da capital, com atenção especial para bairros como Santa Luzia, Nova Cidade, Bela Vista e Distrito Industrial. Apesar disso, a vigilância sobre o vetor, segundo ele, tem sido constante em todas as localidades, já que até bairros de áreas consideradas nobres, como Canarinho e 13 de Setembro, tem registrado aumento nos últimos meses.

“A quantidade de bairros visitados costuma variar conforme a demanda. Hoje, por exemplo, a chuva acabou comprometendo um pouco as ações no bairro 13 de Setembro, mas a gente tem feito um esforço para estar em todas as localidades da nossa cidade. Um fato interessante é que desde o início deste ano, a gente vem intensificando as ações de combate ao mosquito, justamente para que não tenhamos uma elevação nos índices de proliferação. Nossos dois primeiros LIRAa apontou baixo índice de infestação e transmissibilidade das doenças causadas pelo Aedes e a gente quer manter esses números em constante queda”, complementou.

Na semana passada, a Folha publicou matéria com a gerente do Núcleo de Febre Amarela, Dengue, Zika e Chikungunya da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, Vanessa Barros, que informou que a maioria dos bairros de Boa Vista estão com alto índice de infestação. Dos 54 bairros da Capital, 34 estão com índices elevados.

APOIO DA POPULAÇÃO

Samuel Garça reforçou ainda os cuidados que a população deve tomar nessa época do ano, já que o vetor costuma se aproveitar de qualquer ambiente que propicie o acúmulo de água. Para ele, a vigilância deve ser constante para que o mosquito não se reproduza, evitando assim a transmissão de doenças.

“Nos dois primeiros levantamentos que realizamos, grande parte dos vetores foi encontrada dentro de casa. Agora no inverno, a preocupação aumenta, pois qualquer acúmulo de lixo pode representar o surgimento de um criadouro. Ou seja, além dos cuidados que a população deve ter dentro de sua residência, como sempre verificar se não há objetos que acumulem água, manter o ambiente limpo, sem lixo. Tudo isso ajuda a criar um ambiente seguro”, concluiu.