Saúde e Bem-estar

O El Niño exige mais proteção solar

Roraima é o único estado brasileiro localizado acima da linha do Equador, numa das regiões de radiação solar mais intensa do mundo

Roraima é o único estado brasileiro localizado acima da linha do Equador, numa das regiões de radiação solar mais intensa do mundo, com Sol forte praticamente durante todo o ano. E quando sofre a interferência do fenômeno El Niño, a ação nociva dos raios solares sobre a pele é potencializada.

De acordo com a dermatologista Danielle Lopes, é necessário tomar alguns cuidados para evitar problemas com a saúde. “É importante abusar da hidratação da pele. E a hidratação não se dá exclusivamente de fora para dentro, mas principalmente de dentro para fora, com a ingestão de muito líquido”, disse.

A médica orienta a ingestão de água, sucos, chás que não sejam tão diuréticos, além de frutas como melancia e melão. “A hidratação é importante em todas as fases da vida, devendo ser intensificada na infância, e dando especial atenção aos idosos, que têm a pele um pouco mais fininha e tendência maior ao ressecamento. É importante também, nesses casos, abusar dos hidratantes corporais”.

De acordo com a dermatologista, a exposição ao Sol deve ser evitada durante os horários de pico, com grande incidência dos raios UVB, que vai das 9h até 16h. “É recomendado evitar a exposição ao Sol nesses horários, mesmo fazendo uso do protetor solar. Caso não seja possível, é importante fazer uso, além do protetor solar, de roupas e óculos de sol com proteção solar, além de chapéus com abas de no mínimo sete centímetros”, orientou.

Quem não protege a pele, pode adquirir as chamadas doenças dermatológicas. A mais temida delas é o câncer.  “A gente mora nos trópicos, onde a incidência dos raios solares é bem grande, e por isso temos um aumento na incidência de câncer de pele, sendo o mais comum o carcinoma basocelular, representando cerca de 90% de todos os casos de câncer de pele”, explicou a dermatologista.

De acordo com a médica, o carcinoma basocelular surge como pequenas manchas que vão crescendo lentamente ao longo do tempo, mas que não afetam outros órgãos além da pele. “Este tipo de câncer desenvolve-se principalmente em locais expostos à luz solar, como rosto ou pescoço, apresentando sinais como pequena ferida que não cicatriza ou que sangra repetidamente; pequena elevação na pele de cor esbranquiçada, onde pode ser possível observar vasos sanguíneos; sinal ou mancha de formato assimétrico, que vai aumentando ao longo do tempo e apresenta várias colorações”, destacou.

Ainda de acordo com a médica, o carcinoma basocelular tem ótimas chances de cura, porque, na maioria dos casos, é possível remover todas as células cancerígenas apenas com cirurgia, desde que diagnosticado nas primeiras fases de desenvolvimento.

“A informação está ajudando muito no diagnóstico precoce. Na minha prática clínica observo que os casos identificados são bem iniciais mesmo, e isso se deve a difusão da informação. É difícil atender alguém que nunca ouviu falar de protetor solar, pode até não usar, mas conhece os benefícios”, ressaltou a médica.

A dermatologista reforça a importância do uso do protetor solar. “Quanto mais alto o fator de proteção, melhor, porém temos que prestar atenção em alguns aspectos, como o tom de pele, por exemplo. Um indivíduo de pele e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos, deve fazer uso de um fator de proteção maior do que um indivíduo de pele negra. Mas todos devem usar protetor solar, principalmente quando estiver exposto diretamente ao Sol”, completou.