Cotidiano

Números de furtos e roubos quase dobraram em um ano

Por conta do aumento da criminalidade, sociólogo acredita que sociedade roraimense deve começar a mudar hábitos

Os crimes de violência urbana registrados em Roraima estão crescendo significativamente. De acordo com dados da Polícia Civil, no primeiro semestre de 2018, já foram 4.480 casos de furto, latrocínio, roubo e roubo com lesão grave. Em comparação com o mesmo período do ano passado, os números apontaram 2.373 crimes, totalizando um aumento de 88,79%.

Recentemente, os assaltos à mão armada ou invasão de propriedade estão se destacando pela alta quantia de dinheiro levada pelos criminosos. Nesta semana, um assalto no bairro Senador Hélio Campos chamou atenção pelos R$ 5 mil roubados dentro de uma residência, em plena luz do dia.

Segundo o especialista em Segurança Pública e professor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Carlos Borges, a criminalidade é um reflexo de vários fatores atuais que o estado tem enfrentado. Para ele, a sociedade roraimense precisa mudar de hábitos rapidamente por já estar passando por problemáticas antes só encontradas em grandes cidades.

“A violência tende aumentar se não houver uma iniciativa do estado e também da União. É preciso ter uma prevenção, e como parece não ter solução imediata para isso, o mais cabível é se precaver em casa através de mudanças de comportamento”, apontou.

O professor orienta não deixar janelas e portas abertas das residências, não conversar nas ruas em horários tardios da noite, ter cuidado no trânsito, não deixar vidros dos automóveis abertos e sair de casa com pouca ou quase nenhuma quantia de dinheiro nas bolsas. 

Borges prosseguiu afirmando que a situação atual do estado está diretamente ligada com a imigração venezuelana desenfreada ocorrida nos últimos anos. Por não ter controle de entradas na fronteira, não há o pedido de antecedentes criminais das pessoas, possibilitando a chegada de indivíduos maus intencionados.

“Se houvesse uma triagem feita por uma autoridade policial fazendo essa seleção de pessoas, como isso não é feito, as consequências são imediatas na segurança pública. Não é fechar a fronteira, é exigir documentação de quem ingressa”, pontuou. O sociólogo continuou dizendo que é obrigação dos governos garantirem esse tipo de segurança.

O especialista encerrou informando que, além da problemática da possibilidade de criminosos adentrarem no estado pela fronteira, existe a omissão por parte dos governantes em cuidar da segurança pública e questões migratórias, a recrutamento de pessoas por parte de facções criminosas. “Sem dúvidas pode aumentar [a violência]. É uma tragédia anunciada”, finalizou. (A.P.L)