Polícia

Moradores de um quarteirão inteiro reclamam de assaltos

Os muros altos, portões de ferro, grades das portas e janelas são comuns nas casas de muitas pessoas. No entanto, quem vive no quarteirão que fica entre as ruas Sebastião Ari Paiva e Efigênia Lima, no bairro Sílvio Leite, está aterrorizado e preso dentro do próprio imóvel, diante da série de assaltos que está acontecendo nas últimas semanas.

Uma dona de casa, com quem a reportagem da Folha conversou, disse que os autores dos crimes agem em motocicletas, principalmente em uma Honda/Biz, cor preta. Armados, eles abordam as vítimas e tomam seus pertences. O item mais procurado pelos meliantes são os aparelhos celulares.

“Eu vivo dizendo para meu neto que ele não deve usar o celular enquanto estiver fora de casa. Deixar o celular à mostra é um risco. Ele não me escuta e vive dizendo que não vai acontecer com ele. Mas nesta semana, foram dois casos aqui na esquina de casa. Primeiro uma menina que voltava da escola e depois uma mulher. Elas ficaram tremendo, com medo de morrer”, explicou.

Um casal de venezuelanos que vive na esquina da avenida Mário Homem de Melo com a rua Sebastião Ari Paiva destacou que já presenciou os assaltos. “Como nosso quintal não é murado, tem apenas cerca, a gente consegue ver tudo o que acontece do lado de fora. Semana passada, os bandidos assaltaram na segunda-feira e depois na quarta-feira. Eles tomam o que a pessoa tiver nas mãos. Quando não estão armados com faca, estão com arma de fogo. Há muita violência na Venezuela, sobretudo agora, todavia, não esperávamos viver isso no Brasil. Aqui é mais seguro que lá”, observou.

Outra dona de casa compartilhou que passa o dia inteiro trancada porque teme sair para a rua. “Eu já não gostava de sair muito e depois de tanta criminalidade é que eu não vou sair mesmo. Fico em casa, me tranco. Eles tinham que ficar presos, mas para a gente não ser vítima, nós é que temos que estar presos, dentro da nossa própria casa. Os bandidos estão livres, sem ninguém impedir que roubem as pessoas. Nem os policiais passam por aqui”, disse. (J.B)