Cotidiano

Mais de 500 pessoas dizem não as desigualdades sociais em Roraima

Ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores, a edição de 2018 foi realizado na zona Oeste da capital

“Este é o momento de reafirmarmos o nosso espírito fraterno, de nos colocarmos na pele dos outros e lutarmos para promovermos um Brasil mais humano e justo”. Foi com as palavras de Dom Mário Antônio da Silva, bispo da Diocese de Roraima, que diversas entidades sociais e cristãs abriram os trabalhos do 24º Grito dos Excluídos.

Pelas estimativas da organização, mais de 500 pessoas participaram do ato. Diferente do que ocorreu em anos anteriores, onde a mobilização e passeata eram realizadas no Centro Cívico, a organização do evento decidiu apostar em um novo trajeto, escolhendo o bairro Asa Branca para a edição deste ano.

“Viemos para essa região justamente para ficar mais próxima dos meios populares, das massas, das pessoas que realmente precisam ter a voz ouvida, e também para estar perto dos nossos irmãos imigrantes, que compartilham do mesmo clamor por dias melhores”, destacou Danilo Bezerra, um dos organizadores do evento.

Conforme ele, o tema desse ano, ‘Vida em Primeiro Lugar’, foi escolhido com o intuito de promover a vida em abundância e plenitude. Já o lema, ‘Desigualdade geral Violência – Basta de privilégios’, remete a desnivelamento social que o país vem enfrentado, onde a população tem perdido cada vez mais seus direitos.

“Nós não podemos naturalizar as desigualdades sociais, a violência, como bem lembra o nosso Papa Francisco. Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum ser humano sem dignidade. Queremos igualdade para todos que compõem a sociedade”, frisou.

O ponto de concentração desta edição foi no cruzamento das avenidas Ataíde Teive com São Sebastião. Houve alguns minutos de atraso por conta de uma chuva, mas assim que o tempo ficou firme, os participantes seguiram em caravana para a Praça Germano Augusto Sampaio.

“É um momento onde nós fazemos uma reflexão sobre o que está acontecendo no nosso país e o que podemos fazer para mudá-lo para melhor. E esse ano é muito especial, pois é eleição e temos a chance de escrever uma nova história”, comentou a estudante Aline Moreira.

ATRITO – Apesar da grande relevância, o evento também teve um momento não tão agradável. Antes mesmo de a carreata ser iniciada, um homem que estava em um dos pontos comerciais da avenida São Sebastião proferiu uma série de palavras de baixo calão contra os participantes da ação.

“Família acima de tudo, Deus acima de todos. Identidade de gênero um ova, Psol uma ova. Vocês deveriam se envergonhar disso”, gritava o homem.