Política

Maioria dos deputados de Roraima deve votar a favor de Michel Temer

Deputados de Roraima podem ser favoráveis em maioria ao arquivamento da denúncia

Dos oito integrantes da bancada federal de Roraima na Câmara, apenas a deputada Shéridan (PSDB) dá indicativos que pode se posicionar no sentido de aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB), afastando-o temporariamente da Presidência. 

Em entrevista para a Folha, Shéridan, que faltou na votação da primeira denúncia em agosto, afirmou ser a favor da investigação. “Trata-se de uma resposta à população brasileira. Tenho uma convicção pessoal que ninguém está acima da Lei. Voto a favor inclusive de dar ao presidente a oportunidade de se defender perante a Justiça. O que não pode ser feito é agir para impedir que o Judiciário faça essa avaliação”, disse.

O deputado federal Édio Lopes (PR) pensa diferente e afirmou que, apesar de não ser muito confortável manter o atual presidente, votará contra a denúncia por conta dos indicativos positivos. “Não seria menos ruim ou pior nós colocarmos em cheque os indicativos positivos neste ano e pouco, por conta de um presidente que está no final do mandato e essa é a interrogação que devemos nos ater”, analisou. Na primeira votação da denúncia, Édio Lopes que fechou questão a favor de Temer.

O deputado Abel Mesquita (DEM), que foi o primeiro a votar a favor de Temer na denúncia passada, disse que ainda está indeciso e que seguirá o direcionamento do partido, o DEM. Na justificativa do voto favorável a Temer, dado na época da votação da primeira denúncia, ele disse que votaria pela aprovação do relatório favorável ao presidente “pela estabilidade econômica e a volta ao pleno emprego”.

Os grupos do ‘Centrão’, como o PR, não devem fechar questão a favor de Temer desta vez, pois o presidente Michel Temer não cumpriu as promessas que teria feito durante a tramitação da primeira denúncia contra ele na Câmara dos Deputados. O PR terá um número maior de parlamentares que votará pelo prosseguimento do pedido de investigação contra Temer. Apesar disso, o deputado Remídio Monai não se manifestou sobre seu voto ainda, apesar de procurado pela Folha. No primeiro voto que deu em favor do presidente, justificou seu apoio afirmando ser favorável “à estabilidade e ao respeito por seu partido”.

Contrariando a indicação do PSB, Maria Helena pode repetir o voto da primeira denúncia e votar a favor de Temer, afirmando ser a favor da “estabilidade econômica do país”.

O deputado Federal Hiran Gonçalves (PP) não respondeu a demanda da reportagem. Seu partido é aliado ao governo Temer e na primeira denúncia votou favorável ao presidente, justificando seu voto por achar que o presidente “só deve responder as acusações depois de terminar o mandato”

Jhonatan de Jesus (PRB) afirmou que seu posicionamento anterior com relação ao governo do presidente Michel Temer está mantido, por estar próximo de um pleito eleitoral. “Não há como tirar um Presidente da República do cargo faltando apenas dez meses para a eleição. E principalmente, diante de uma denúncia baseada em falácias por parte de um réu – preso e condenado a devolver dinheiro aos cofres públicos – que não apresentou provas contundentes a respeito do que ele afirma”, alegou.

Para o parlamentar, o cargo de Presidente da República não pode ser colocado à prova diante de uma circunstância como esta. “Além do mais, devemos considerar que, mesmo diante de todas as dificuldades existentes, a inflação diminuiu, houve aumento no índice de oportunidade de emprego, bem como fortalecimento nas atividades de exportação do produto brasileiro. Tudo isso pesa na minha decisão”, citou.

Segundo Jhonatan, ele não está indo de encontro aos anseios dos eleitores, pois seu trabalho é pautado no respeito, seriedade e coerência. “Não coadunei com a postura do governo do PT e votei a favor do impeachment da Dilma. Mas é público e notório que, mesmo diante das denúncias que são de conhecimento público, o presidente Michel Temer está conseguindo estabilizar o Brasil economicamente”, afirmou.

O deputado Carlos Andrade (PHS), único a votar contra Temer na votação passada, disse que ainda está indeciso e preferiu não se posicionar antecipadamente.

Entenda como será a votação da 2ª denúncia contra Michel Temer

A votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no Plenário da Câmara será realizada nesta quarta-feira, 25. A denúncia, apresentada pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, em setembro, afirma que o Presidente da República foi um dos líderes da organização criminosa batizada de “PMDB da Câmara”.

Se for rejeitada, a denúncia voltará a ser analisada após o término do mandato do presidente. O processo terá prosseguimento se sua continuidade for aprovada por 342 deputados. Nessa hipótese, a acusação voltaria para o Supremo Tribunal Federal, onde seria novamente analisada. Apenas no caso de a Corte aceitar a denúncia, Temer seria afastado por 180 dias da Presidência. Ele só perde o cargo se for condenado.

A sessão está marcada para as 9h, mas para começar é preciso quórum de pelo menos 51 deputados. Os trabalhos só vão iniciar, portanto, quando houver 52 deputados presentes no plenário. A discussão começa quando houver ao menos 257 deputados presentes na sessão.

Encerrada a fase de discussão, começa a votação. Para isso, são necessários 342 deputados presentes no plenário. Neste momento, será permitido o uso da palavra para dois deputados favoráveis ao parecer do relator e dois contrários. Cada um poderá falar por até cinco minutos.

Em seguida, líderes partidários farão a orientação de voto de suas bancadas por até um minuto. Quando a orientação de bancada terminar, os deputados serão chamados nominalmente para proferir o voto no microfone.

Eles terão de dizer “sim”, “não” ou “abstenção” ao parecer aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A chamada será em ordem alfabética e por Estado, alternando do Norte ao Sul e vice-versa, sendo Roraima o primeiro.

Os parlamentares ausentes na primeira chamada do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terão uma segunda oportunidade de votar, no final da chamada por Estado. Com o fim da chamada de todos os deputados e tendo alcançado ao menos 342 votantes na sessão, a presidência proclamará o resultado. Caso não se atinja esse número, outra sessão será convocada para realização de uma nova votação.