Política

Governadora cobra explicações sobre ameaça de corte de energia pela Venezuela

Em ofício protocolado ontem, 27, ao presidente da República, Michel Temer, a governadora Suely Campos solicitou posicionamento oficial do Governo Federal sobre a ameaça de corte no fornecimento de energia por parte do governo venezuelano ao Estado de Roraima.

O estado é abastecido por um sistema híbrido instável: o Linhão de Guri, com energia hidrelétrica produzida na Venezuela, e usinas termelétricas instaladas em Boa Vista e no interior.  A população sofre com apagões diários.

No documento são solicitadas informações no prazo de 48 horas, acerca do iminente risco do Estado de Roraima ficar às escuras e, na hipótese da veracidade de tais informações, quais são as medidas já tomadas ou em andamento pelo Governo Brasileiro, para efetuar os pagamentos referentes ao contrato de energia.

“Ante a gravidade da notícia, requer a colaboração de Vossa Excelência no sentido de que, imediatamente, sejam tomadas todas as providências para evitar o risco de Roraima ficar sem energia, uma vez que o fornecimento de energia de Roraima é dependente quase que em sua totalidade da Venezuela”, solicita a governadora ao presidente Temer.

A chefe do Executivo Estadual alerta ainda que, caso ocorra o noticiado corte de energia, será instalado um caos institucional em Roraima, inclusive com real risco de falência nos serviços públicos de saúde, agravando ainda mais a crise humanitária decorrente da imigração venezuelana.

Na correspondência, que também foi assinada pelo Procurador-Geral do Estado, Ernani Batista, a governadora argumenta que a comunicação das medidas já adotadas é essencial para que, na hipótese de omissão da União, o Estado de Roraima possa recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) “para evitar prejuízos irreparáveis ao povo roraimense, caso tal ameaça seja efetivada pelo governo venezuelano”.

Cópias desse ofício também foram encaminhadas para sete órgãos envolvidos nessa questão: Casa Civil da Presidência, Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energias, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Banco Central do Brasil, Eletronorte e Eletrobras.