Cotidiano

Fornecimento de ‘quentinhas’ para campanhas eleitorais diminui

Redução foi avaliada pelo Sindicato dos Restaurantes de Roraima

Nas esquinas e nos semáforos da cidade, dia e noite, é possível observar a quantidade de pessoas vestindo a camiseta de um candidato e distribuindo panfletos para os eleitores que passam por ali.

Esses trabalhadores, contratados temporariamente para atuar antes das eleições, normalmente recebem além do salário um adicional ou até refeição grátis, o que contribui para os restaurantes do Estado. Porém, o lucro dos estabelecimentos alimentícios caiu, em comparação com o último pleito.

A informação preliminar é do Sindicato do Comércio de Hotéis, Restaurantes e Bares de Roraima. De acordo com o presidente da categoria, Emerson Oliveira, a demanda existe neste período eleitoral, principalmente, para os locais que fornecem almoço self-service ou marmitas. No entanto, o volume teve uma queda em 2018.

“Eleição geralmente dá uma aquecida, é um fato. Mas não foi esse aumento, que todo mundo estava esperando. Acredito que teve uma queda em comparação com os anos anteriores”, informou.

Para o presidente, um dos motivos é que o perfil dos candidatos mudou, com muitos deles preferindo reduzir os custos financeiros. Outro ponto é a proibição de doação das empresas para as campanhas eleitorais, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que restringiu as parcerias com os políticos.

Antigamente, segundo Emerson Oliveira, quando as empresas privadas podiam investir nas campanhas, os donos de restaurante poderiam colaborar com desconto nas refeições ou a disponibilização de alimentação grátis ao invés de investir o dinheiro propriamente dito.

“Já aconteceu muito, mas agora não. Agora é proibido. Nenhuma empresa pode se envolver com nada, com relação à campanha”, reforçou Emerson. “Todo mundo deve estar bem informado, por se tratar de uma lei”, completou.

Por fim, o representante ressaltou que o Sindicato tem todo um trabalho de levantamento da demanda, com estudos feitos dentro da Federação do Comércio. Emerson explicou que somente no fechamento de setembro terá a real noção da queda do percentual. “Como ainda estamos no mês ainda não fechado, somente temos essa avaliação parcial”, frisou.

Movimento em restaurantes é tranquilo no horário de almoço

Embora essa avaliação seja ainda preliminar, a diminuição da movimentação foi sentida em restaurantes do Estado. A equipe de reportagem da Folha visitou alguns estabelecimentos alimentícios na manhã de ontem, 12, no horário em que a preparação para o almoço já estava em andamento. Os proprietários relataram uma atividade tranquila nos últimos dias, sem maiores crescimentos de demanda. 

Rosiele Figueiredo é proprietária de um restaurante localizado na Avenida Glaycon de Paiva há um ano e meio, mas há anos atua na preparação e fornecimento de almoço para a população. Ela explicou que não houve muita mudança neste período.

“O movimento cresce mais no restaurante quando sai o pagamento, aí melhora. Ou quando é final de semana. A gente trabalha muito com empresa, fechando convênio para que os funcionários venham aqui no horário do almoço. Mas não fechamos com políticos. Pelo menos, até agora não, mas talvez quem sabe mais pra frente”, explicou.

Outro restaurante, localizado na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, também não percebeu mudança com a proximidade das eleições, com o movimento sendo considerado normal.

“A nossa clientela continuou a mesma, o movimento está igual como era. Só não está melhor porque a nossa estrutura é pequena, então, ainda não deu para aumentar a produção. Fazemos a quantidade de comida para os nossos clientes”, afirmou Rosilene Vieira, gerente do estabelecimento. (P.C.)

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