Cotidiano

Empresário roraimense ajuda a promover comércio com a China

Atualmente, a relação comercial do Brasil com a China é mais importante do que a realizada com os Estados Unidos, afirma Rafael Alves

LEO DAUBERMANN

Editoria de Política

Roraima tem substituído as compras no Sul e Sudeste do País pela importação direta com a China. E o responsável pela mediação é o empresário roraimense Rafael Alves, especializado em comércio exterior, radicado na cidade de Yiwu, localizada na província de Zhejiang, no leste chinês, e conhecida, justamente, pelos megacentros de compras no atacado e no varejo. 

Durante entrevista ao programa Agenda da Semana desse domingo, 6, na Rádio Folha FM 100.3, o jovem empresário se mostrou otimista em relação ao comércio chinês. Ele ressaltou que, apesar dos produtos demorarem mais tempo para chegar ao Estado, o frete praticado pela China é muito menor do que o realizado pelo Sul e Sudeste do Brasil.

A empresa, representada por ele, que tem um escritório em Santa Catarina, oferece um serviço de consultoria. “Duas vezes ao ano levamos empresários, inclusive roraimenses, para a China. A primeira parada é na maior feira de produtos manufaturados do mundo, que é a feira de Cantão, e depois vamos para a cidade de Yiwu que é um grande showroom industrial. São duas excelentes opções de fazer negócio, com praticamente tudo o que existe no mercado chinês à disposição dos empresários”, disse.

De acordo com Alves, os empresários são acompanhados por uma equipe formada por profissionais brasileiros, especializados em comércio exterior, conhecedores do comércio chinês, fluentes em Inglês, Espanhol e no idioma local, tudo para facilitar o maior número de transações econômicas.

“Aqui em Boa Vista o contato pode ser comigo, por meio do número de WhatsApp [95] 98119-5859. A sede de nossa empresa fica em Santa Catarina, com a mesma empresa irmã, na China, que é a que faz o receptivo e auxilia nas compras dos empresários”, ressalta.

“Antigamente, entendia-se que só era possível comprar um produto se investisse muito dinheiro, e não é mais assim. Você consegue fragmentar suas compras em diversos lotes e consolidar toda a compra num único embarque, que pode ser aéreo, se for de grande valor, ou de maneira geral, trabalhamos com contêineres”, explica o empresário.

Alves destaca que o investimento realizado pelos empresários fica em torno de US$ 3 mil, pouco mais de R$ 12 mil, e a missão é dividida em três grandes despesas; o mais caro são as passagens, depois hospedagem e por último o serviço de assessoramento.

“Costumo dizer que é um investimento. Ele não está gastando, está investindo nele e no seu próprio negócio. Pode voltar de lá sem fechar nenhum contrato, nenhuma compra realizada, mas vai trazer na bagagem muita experiência e contatos com outros empresários de outras regiões. Você volta um empresário mais atualizado, digamos assim”, destaca.

O empresário afirma que o produto mais importado atualmente, em Roraima, são as centrais de ar-condicionado, vendidas no comércio local por preços bem acessíveis. “Antigamente, a gente via filas de roraimenses na fronteira, em Santa Elena ou então em Lethen para comprarem centrais de ar mais baratas. Hoje em dia, não há mais necessidade dessas longas filas”, disse.

“Essas transações só foram possíveis após a entrada de livre comércio em Roraima. Os custos foram reduzidos e criou-se uma estrutura e um sistema que possibilitaram ao empresário local fazer a compra direta”, ressaltou.

Rafael Alves ressaltou que o maior parceiro comercial internacional do Brasil, atualmente, é a China, de onde vem a maior parte das importações e para onde vai a maior parte das exportações.

“O Brasil manda para a China alimentos e matéria-prima de maneira geral. A pauta do agronegócio é muito importante com a China, destacando muito a soja e a celulose, assim como a pauta mineral, destacando o minério de ferro. E por outro lado, a China manda produtos manufaturados para o Brasil”, completou.