Polícia

Em 48 horas, dois são decapitados próximo ao Vila Jardim

As vítimas eram pedreiros e, além de decapitados, estavam com pés e mãos amarrados e tinham sinais de tortura

Mais um corpo sem cabeça é achado em Boa Vista. A vítima é um homem e foi identificado como Divino Carneiro Brito, 20 anos. A cabeça não foi encontrada. Este é o segundo caso de jovens mortos e decapitados em menos de 48 horas. Ele foi encontrado por volta das 11h30 da manhã desse sábado, 10, em uma área de lavrado localizada no bairro Cidade Satélite no conjunto residencial Vila Jardim, zona oeste de Boa Vista.

Segundo apurado no local do crime com a Polícia Militar (PM), o rapaz seria morador do Condomínio Araçá do Vila Jardim. A família foi até a área e reconheceu o corpo. Ele teria saído de casa nessa sexta-feira, 9 e desde então a família não tinha notícias. Além de estar com a cabeça decepada, ele estava ainda com os braços e pernas amarrados. O crime, segundo informações preliminares apuradas pela reportagem da Folha no local,apresenta características de execução e pode ter ligação com o crime organizado.

Os familiares informaram à polícia que Divino trabalhava como pedreiro e não sabem os motivos que levaram ao assassinato e tampouco se ele estava envolvido com atividades ilícitas.

O Instituto de Medicina Legal (IML) realizou a remoção do corpo, mas até o fechamento desta reportagem, às 19h desse domingo, a cabeça de Divino Carneiro Brito ainda não tinha sido encontrada. Agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) estiveram na área do homicídio colhendo as informações necessárias para iniciar as investigações do assassinato.

ÀS MARGENS DA RR-205 – Este foi o segundo corpo encontrado em menos de 48 horas. Na sexta-feira, 9, início do final de semana, a Polícia Militar (PM) foi acionada via Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) por um popular que pediu para não ter a identidade revelada. Ele denunciou ter encontrado um cadáver às margens da RR-205, alguns quilômetros após o bairro Cidade Satélite, na zona rural da capital.

Quando os policiais chegaram ao endereço encontraram a vítima decapitada, com os braços e pernas amarrados, sem camisa e apenas vestida com uma calça. A cabeça do homem foi separada do corpo e colocada em cima da barriga dele. Os sinais de tortura no corpo eram visíveis, principalmente na região da cabeça.

Uma guarnição da PM isolou o local onde o corpo estava, para impedir que fosse violado, até a chegada da Perícia Criminal e do rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML). Ao fim dos procedimentos técnicos, o corpo foi removido à sede do IML para ser submetido ao exame de necropsia.

Como a vítima estava sem cabeça, um perito papiloscopista do Instituto de Identificação Odílio Cruz fez o reconhecimento do cadáver.

Ao confrontar as impressões digitais com os dados do sistema da Polícia Civil, confirmando se tratar do pedreiro Anderson Gomes da Silva, de 29 anos. Segundo a Polícia, todas as características do crime são de execução praticada por facção criminosa, ocorrência semelhante às que foram noticiadas pela Folha nos últimos anos, especialmente em 2018, quando os casos se tornaram frequentes. Familiares da vítima compareceram ao IML para fazer a liberação do corpo de Anderson para ser sepultado. O caso será investigado pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH). Até o fechamento desta reportagem por volta das 19h30, nenhum suspeito relacionado as essas ocorrências de assassinato, foi identificado ou preso.