Cotidiano

Economista afirma que preço da gasolina poderia ser R$ 3,98

Apesar de constatação, ele acredita que postos de Roraima já estão trabalhando com margem de lucro baixa

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Os roraimenses têm visto o preço da gasolina cair aos poucos desde outubro, com reajustes a cada duas semanas. Naquele mês, havia postos vendendo o combustívelpor R$ 4,80. Em uma visita a estabelecimentos feita pela reportagem da Folha nesta semana, o valor mais alto encontrado foi R$ 4,08.

O economista Dorcílio Erik Souza acredita que a gasolina no Estado poderia estar sendo vendida por R$ 3,98, mas destaca haver diversos empecilhos para isso e, certamente, os donos de postos estão trabalhando com uma margem de lucro mínima.

“Eu acredito, sim, que esta redução poderia ser maior, mas vale uma observação: quando falamos de Roraima, não podemos deixar de falar que é o Estado com a pior logística, não temos produção própria e o petróleo que vem para cá é refinado no Amazonas”, ressaltou.

O valor de R$ 3,98 é estipulado conforme a política de preços da Petrobras para as refinarias. Até o dia 2, o valor era igual R$ 1,5087, mas o reajuste feito no dia seguinte derrubou um pouco mais, chegando agora a R$ 1,475. De acordo com o economista, isso não reflete diretamente no valor que chega ao consumidor, pois há todo um caminho a ser seguido: primeiro a Petrobras passa para refinarias, que por sua vez passam para distribuidoras, que revendem para os postos e, finalmente, chega ao consumidor.

“O consumidor final está sentindo esta redução? Sim, está. A Petrobras repassa um preço menor do barril do petróleo, mas vale ressaltar uma coisa: ela não tem 100% de capacidade de refinar o petróleo. A estatal diminuiu o preço do barril do petróleo para as distribuidoras, mas nem sempre estas repassam o mesmo preço reduzido que adquiriu da empresa. Então, já começa o primeiro problema. É um processo complexo”, disse Souza.

A equipe da Folha apurou que quase todos os postos estão cobrando R$ 4,05 à vista. “Temos postos com pelo menos quatro bandeiras por aqui e todos estão praticando o mesmo preço. Se não me engano, há apenas um que está vendendo a R$ 4,08. Ou seja, é uma coisa muito próxima e são distribuidoras diferentes”, comentou o economista.

O valor varia em quase todo lugar somente quando é pago no cartão. Em um posto na Avenida Mario Homem de Melo e outro na Avenida Capitão Ene Garcez, o valor pago no cartão é de R$ 4,25. Em um estabelecimento na Avenida Ataíde Teive chega a R$ 4,19.

Por isso, a dica do economista é comprar sempre à vista. “Estes preços reduzidos são de forma geral, mas principalmente para quem adquire o combustível em dinheiro. A orientação é pagar em espécie para usufruir da redução porque tudo anda muito apertado e ter um desconto de R$ 0,25 no final do mês dá uma quantia significativa”. (F.A)