Cotidiano

Desmatamento consumiu mais de 1.200 hectares de terras em Roraima

De acordo com o MPF, mais de 20 pessoas devem ser responsabilizadas por crime ambiental, somando mais de R$ 18 milhões em pagamento de indenizações

Publicada às 11h26; Atualizada às 13h37

Levantamento do projeto Amazônia Protege, divulgado hoje, 6, pelo Ministério Público Federal (MPF) apontou que o desmatamento ilegal atingiu mais de 16 áreas de vegetação nativas em Roraima entre  2016 e 2017, o que equivale a 1.176,52 hectares. O estudo mapeou um total de 1.550 polígonos desmatados, somando mais de 162 mil hectares de remoção de floresta a corte raso nos nove estado da Amazônia Legal.

De acordo o MPF, os laudos periciais que identificam áreas e possíveis responsáveis foram produzidos a partir da análise de imagens de satélite e do cruzamento das informações com bancos de dados públicos. Somente no Estado, foram identificadas 24 pessoas, que deverão ser responsabilizadas por crime ambiental, somando assim mais R$18 milhões em pagamento de indenizações. Em toda a região amazônica, esse número soma 2,3 mil pessoas.

O Pará continua a liderar as estatísticas negativas, com 416 polígonos, totalizando 47 mil hectares. Apenas no estado, foram identificados 625 pessoas ou empresas associadas a esses desmatamentos ilegais, e as indenizações estão estimadas em R$ 759 milhões. Mato Grosso e Rondônia aparecem em seguida, com 411 e 346 cada.

“Agora, serão enviados para os procuradores da República nos estados, para instauração de ações civis públicas com pedidos de reparação do dano ambiental e pagamento de indenização, em valores que devem ultrapassar os R$ 2,6 bilhões”, destacou o MPF.

SOBRE O PROJETO – Desenvolvido pelo MPF com apoio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o projeto foi idealizado para como ferramenta para o combate ao desmatamento no País.

A metodologia do projeto utiliza as imagens de satélite produzidas pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes/Inpe) e cruzamento com bancos de dados públicos para identificar os responsáveis por desmatamentos com área igual ou superior a 60 hectares.

As informações sobre as áreas identificadas como desmatamento ilegal e sobre as ações civis públicas já instauradas pelo MPF estão disponíveis no site do Amazônia Protege. A ferramenta sistematiza e facilita a consulta de dados públicos das ações disponíveis no portal da Justiça Federal, permitindo a pesquisa por coordenada geográfica do local, por CPF ou CNPJ dos responsáveis ou pelo número da ação civil pública.

Outra finalidade do projeto é o combate a regularização fundiária de áreas com remoção ilegal de vegetação, estimulando os compradores de terras e de produtos oriundos da Amazônia (carne e grãos, por exemplo) a preservar a cadeias produtivas predatórias do bioma amazônico.

CONFIRA OS DADOS:

 

*INFORMAÇÕES: Ministério Público Federal (MPF).