Cotidiano

Deputados cobram explicações sobre desabastecimento

Parlamentares também irão verificar denúncias sobre supostas irregularidades em contratos de médicos que atuam em cooperativa

Uma comissão formada pelos deputados Renato Silva (PRB), Jefferson Alves (PTB) e Neto Loureiro (PMB) se reuniu na tarde desta terça-feira, 22, com o secretário estadual de Saúde, Ailton Wanderley, para cobrar esclarecimentos sobre a falta de materiais hospitalares e medicamentos nas unidades de saúde do Estado.

A iniciativa dos parlamentares foi tomada após denúncias de pacientes e até dos próprios médicos em relação ao desabastecimento, que estaria em situação crítica afetando principalmente o funcionamento do Hospital Geral de Roraima (HGR).

Aos deputados, o secretário explicou que, antes mesmo de assumir a Pasta, os centros cirúrgicos foram fechados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) e que contratos com empresas fornecedoras estavam vencidos. “Haviam contratos vencidos desde outubro do ano passado e não havia como normalizar isso em menos de um mês”, disse.

No início do mês o Ministério Público de Roraima (MPRR) chegou a bloquear 20% dos recursos do Estado para aquisição de medicamentos por meio de contratos emergenciais.

O deputado Renato Silva, que também é corregedor-geral da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), questionou sobre o andamento do processo. “Os hospitais não podem ficar desabastecidos por conta de burocracia. É preciso que haja celeridade”, afirmou.

O titular da Sesau informou que, após a compra emergencial de alguns materiais as cirurgias eletivas estão  sendo retomadas aos poucos, como as de buco-maxilar. Segundo ele, insumos ortopédicos devem chegar até esta quarta-feira, 23, e os neurológicos em no máximo dez dias.

INVESTIGAÇÃO DA  COOPERATIVA- Além do desabastecimento das unidades de saúde, os deputados também cobraram explicações sobre supostas irregularidades na contratação de médicos por meio da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras). Conforme os parlamentares, há profissionais atuando em unidades da Prefeitura, do Governo e em clínicas particulares ganhando R$ 50 mil por mês somente em plantões. 

“Vamos investigar a fundo essa situação. É uma discrepância, eu diria até que impossível que haja médicos trabalhando em três locais e tirando plantões suficientes para justificar esses valores”, destacou Neto Loureiro.

Atualmente, 478 profissionais prestam serviço à Sesau por meio da Coopebras. Somente em novembro, conforme o secretário, a folha de pagamento dos médicos girou em torno de R$10,5 milhões.

“Gostaríamos de elogiar o secretário por ceder algumas informações que serão importantes para trabalhamos com o intuito de cobrar melhorias no funcionamento dos hospitais. Estaremos atentos a tudo”, frisou Renato Silva.