Em seu segundo ano, a prova de corrida pedestre Tepequém Uphill, que será realizada neste sábado, 22, mostra que é possível aliar esporte com o turismo, numa experiência que já proporcionou resultados animadores na sua primeira edição, no ano passado, junto à comunidade da Vila do Paiva, na Serra do Tepequém, no Município de Amajari, a 210Km de Boa Vista, Norte de Roraima.
Promovido pela empresa Makunaima Expedições, com apoio da iniciativa privada, a corrida de 10Km atrai turistas e atletas de outros estados, principalmente do Amazonas,
Com 324 inscritos em 2017, o evento levou 500 pessoas para Tepequém, sendo 114 de outros estados, fora os turistas que normalmente frequentam a localidade para visitar cachoeiras, fazer trekking até o platô ou simplesmente descansar nos fins de semana e feriados.
Conforme um dos organizadores da Uphill, Hélio Zanona, dos que foram especificamente para a corrida na primeira edição, 83% ficaram hospedados em pousadas por uma ou mais noite. Cada um gastou, em média, R$493,00 durante o evento, o que totalizou um movimento de R$247 mil injetados na economia daquela comunidade.
A empresa Makunaima Expedições faz uma estatística do Uphill como forma de medir a viabilidade do projeto. Zanona disse que tudo é planejado junto com a comunidade, que passou a perceber a importância da corrida não só para fomentar o turismo, mas principalmente criar uma consciência de organização de atividades sustentáveis para gerar emprego e renda, além do retorno social.
“No ano passado, fizemos duas oficinas profissionalizantes com os moradores, doamos um fogão para a escola preparar a merenda escolar e 24 itens de materiais esportivos para os alunos”, relembrou Hélio Zanona.
Este ano, são 360 inscritos, entre homens e mulheres de todas as idades, boa parte amante das corridas de rua e outros atletas profissionais que vêm experimentar o desafio de cumprir uma prova em que os participantes encaram uma elevação de 530 metros de uma serra que alcança 1.119 metros de altitude. Para que o esporte ande alinhado com o turismo, o número de vagas disponibilizadas respeita a estrutura turística da comunidade, observando a capacidade hoteleira em receber os turistas nas pousadas e áreas de camping, além da estrutura do comércio, bares e restaurantes.
“Até o regulamento da corrida é pensado para evitar a agressão ao meio ambiente. Os atletas terão um trecho específico do percurso para descartar as embalagens de água mineral nos pontos de entrega, sob pena de eliminação”, observou Zanona, ao frisar que esse item é uma forma de criar consciência nos atletas a fim de contribuir com a sustentabilidade do evento. A premiação também foi planejada para respeitar a cultura local que transitou da exploração do garimpo de diamantes para a prática sustentável do turismo.
A Categoria Diamante Bruto, para atletas de 18 a 59 anos, faz uma referência ao diamante que é encontrado na natureza e que ainda irá passar por um processo de lapidação.
Categoria Brilhante, só para atletas com 60 anos ou mais, diz respeito ao diamante que passou pela mais eficiente forma de corte, com maior brilho. A Categoria Picuá é destinada para revezamentos. Picuá é o nome do pequeno objeto onde são armazenados os diamantes encontrados por um garimpeiro.
Os troféus também foram pensados na sustentabilidade, segundo Francisco Diniz de Oliveira, da gestão operacional do Uphill. “
Eles são em madeira reaproveitada de desmatamento, feitos por um escultor da comunidade, Anthony Jamaika, e que simbolizam um corredor em busca de seu diamante, significado que mescla a premiação pelo esforço do atleta com a memória cultural de quem mora na comunidade”, afirmou.
CORRIDA – O Tepequém Uphill é uma prova de corrida pedestre com característica principal de subida (uphill), realizada na Serra do Tepequém. Este ano, a prova de 10 km será neste sábado, 22, com largada às 16h no Entroncamento Tepequém/Trairão. Outras informações: (95) 3624-6004.
