Cotidiano

Cooperativa local lucra vendendo alimentos para o Exército

De acordo com o gerente administrativo, Jucélio Oliveira, a demanda maior é por frutas que não precisam de processamento, como banana e manga

Em meio à crise financeira enfrentada no estado, o fornecimento de alimentos para as refeições servidas aos imigrantes nos abrigos é realizado por seis empresas locais e uma cooperativa de agricultura familiar.

A cooperativa Coophorta tem conseguido manter o trabalho de 350 agricultores familiares através da compra dos alimentos pelo Exército Brasileiro. Somente no mês de outubro, foram R$ 81 mil recebidos pela Operação Acolhida com a entrega de frutas. O convênio foi firmado no final do ano passado e está sendo prorrogado, sendo estendido até o estado do Amazonas.

De acordo com o gerente administrativo, Jucélio Oliveira, a demanda maior é por frutas que não precisam de processamento, como banana e manga. Visando isso, a cooperativa já estuda ampliar a contratação de mais pessoas para auxiliar na entrega de produtos já fatiados. “Existe a possibilidade de contratos com os refugiados, como incentivo para todos. Estamos até vendo um ponto para ficarmos em Manaus porque estamos procurando alguma coisa para não fechar a cooperativa. Isso tem nos ajudado a manter os trabalhos”, disse.

PRODUTOR – Agricultor há 17 anos, Nestor Perez nunca passou por uma crise como a que está enfrentando no momento. Sem dinheiro circulando no estado, as vendas na Feira do Produtor caíram em torno de 60%. Além da falta de compras, os problemas se agravaram com o aumento nas contas de energia, que é necessidade básica para custear a produção.

No ano passado, a família chegou a arrecadar R$ 240 mil, contudo, neste ano não conseguiram chegar nem aos R$ 90 mil no mesmo período. Cooperativado da Coophorta, a compra feita pela Operação Acolhida tem sido um dos meios de permanência na profissão. “Temos produtos que entregamos no ano passado para o Governo do Estado e até hoje não recebemos. A agricultura familiar está comprometida, mas eles [Exército] têm cumprido melhor e conseguimos ainda estar aqui”, relatou o produtor.

Alimentação para imigrantes custa R$ 100 mil por semana

Diariamente são aproximadamente 11 mil marmitas distribuídas nos treze abrigos de Roraima. Com uma população abrigada de 5.730 imigrantes, a Força-Tarefa Logística Humanitária para Roraima está movimentando a economia local com a aquisição dos alimentos para fornecimento da comida destinada aos venezuelanos. Semanalmente, são gastos em torno de R$ 100 mil para compra dos suprimentos básicos que compõem as refeições.

O fornecimento de gêneros alimentícios é oriundo dos recursos da Medida Provisória 823, que destinou R$ 190 milhões para a Operação Acolhida, coordenada pelo Exército Brasileiro desde fevereiro deste ano. As três refeições diárias para os imigrantes já custaram mais de R$ 12 milhões, conforme detalhou o porta-voz da Operação, major Tássio Oliveira.

Segundo o major, um novo repasse federal de R$ 70 milhões será recebido pela coordenação do Exército para incorporar na alimentação, ordenamento da fronteira e intensificar a interiorização, processo que leva os imigrantes para outros estados brasileiros.