Cotidiano

Contratação de estagiários aumentou 182% em dois anos

Nas principais formas de ingresso no mercado de trabalho, estudantes encontram no estágio uma forma de aprendizado

Dentro das salas de aulas, os estudantes já sabem que todo conteúdo teórico é apenas uma base para as experiências profissionais futuras.

Para dar os primeiros passos dentro do mercado de trabalho, o estágio é geralmente uma das principais opções de alunos matriculados no ensino médio, superior ou cursos técnicos para colocarem em prática tudo o que foi aprendido.

Sem custos para os alunos, os centros de estágios exercem a função de integrar da melhor forma possível o estagiário com a empresa contratante. Mesmo sem vínculo empregatício com a empresa, o número de admissões feitas no programa de estágio de março de 2016 até março de 2018 teve um crescimento de 182%.

“São jovens estudantes que podem ser inseridos no mercado de trabalho que podem ter uma oportunidade. Isso beneficiou muito estudantes, inclusive do ensino médio”, relatou a supervisora do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Leidiane Pontes.

As vagas mais procuradas pelos estudantes de ensino superior são nas áreas de Direito, Administração e Psicologia, com mais de 200 empresas parceiras com disponibilidade de contratação estagiária. Depois da contratação, o Centro faz um acompanhamento da situação do estagiário dentro da empresa por meio de relatórios on-line e visitas in loco para constatar se as atividades estão sendo feitas conforme determinado pela Lei nº 11.788/08.

Leidiane aponta que é necessário manter sempre o Centro atualizado de qualquer mudança ou alteração no contrato por parte do estudante e, dessa forma, evitar que cometa irregularidades.

“Dependendo da situação, pode até ser desligado do programa. As mais frequentes são abandono de curso, trancamento de matrícula, mudança de instituição de ensino para outra sem avisar o CIEE. A gente não observa nenhuma irregularidade em relação a empresas”, relatou. 

Sobre a carga horária dos estágios, a Lei determina que o período seja de quatro a seis horas de atividades, no período de seis meses até dois anos de contrato, desde que o estudante esteja devidamente matriculado na instituição de ensino.

A média de valor pago na bolsa-auxílio é estipulada pela empresa, mediante a função exercida no local, porém um levantamento feito pelo CIEE mostrou que para o estágio de ensino médio, o valor chega a R$ 400 e, no ensino superior, pode ser de R$ 700.

Como não tem a distinção trabalhista, o estagiário pode realizar um recesso remunerado em que pode passar 30 dias liberados e receber normalmente a bolsa-auxílio e após voltar às atividades na empresa. 

CADASTRO – Para conseguir as vagas de estágio, o estudante precisa formular um cadastro no site www.ciee.org.br e fazer tudo de forma gratuita. O site disponibiliza também cursos preparatórios que possam agregar no currículo, dentre eles estão os cursos de Preparação para o Mundo do Trabalho, Lidando com a Informática, Orientação e Informação Profissional e outros. 

Estágio é opção para adultos desempregados

Engana-se quem pensa que os estagiários estão limitados a jovens adolescentes. Com o aumento no número de pessoas desempregadas ou que voltam a ingressar nos estudos, o estágio volta a ser uma opção para quem já passou dos 30 anos. Conforme a supervisora do CIEE, Leidiane Pontes, não há uma restrição na idade solicitada pelas empresas, mas desde que estejam regularizados nas unidades de ensino.

“Com o estágio, é uma esperança de nova recolocação no mercado de trabalho. Muitas empresas captam acima dos 30 pela experiência de vida e maturidade. Em todo Brasil, são mais de 7,2 mil estagiários de 30 a 40 anos. Se um senhor de 60 anos estiver estudando e quiser ser estagiário, ele pode”, encerrou Leidiane. (A.P.L)