Polícia

Câmera flagra confusão envolvendo venezuelanos

De acordo com um morador, problemas envolvendo os imigrantes em situação de rua tem se tornado comum no bairro e que o poder público não tem feito a sua parte

Moradores do Pricumã entraram em contato com a FolhaWeb para relatar problemas com a presença de venezuelanos em situação de rua. Na madrugada do último domingo, 20, uma confusão entre os imigrantes deixou pelo menos uma pessoa ferida. A cena foi registrada por uma câmera instalada em uma oficina mecânica do bairro.

Nas imagens é possível ver que cerca de sete pessoas, algumas delas dividindo o mesmo colchonete, duas barracas de camping e uma mulher deitada em uma rede. Um rapaz de caminha amarela é visto ao fundo, andando de um lado para o outro, como se estivesse observando os demais.

Em determinado momento, o indivíduo se aproxima da rede da mulher, como se estivesse verificando se o rapaz deitado no colchão ao lado está realmente dormindo. Em seguida, duas pessoas surgem no vídeo, sendo que uma delas segura um pedaço de madeira, iniciando a sessão de agressões a vítima.

Com as agressões, os imigrantes que estavam dormindo acordam espantados. A mulher que estava na rede tenta insistentemente conter o ato, mas sem sucesso. Em outro trecho do vídeo, o rapaz agredido volta para a parte onde estava e pega algum objeto do chão. Pelos gestos, acredita-se que agredido e agressores estejam em discussão verbal. A mulher é vista novamente tentando conter o trio.

De acordo com um morador que não quis se identificar, problemas como esse tem se tornado comum na região. Ele fala inclusive que depois que o êxodo de venezuelanos começou a se intensificar, a paz que existia antes acabou ficando bastante comprometida.

“Eu praticamente vi o meu bairro crescer e é triste ver como a situação piorou de uns tempos para cá. Prefeitura e a Polícia Militar já foram incessantemente comunicados desses problemas, mas até hoje nunca fizeram nada”, comentou.

O morador disse ainda que os comerciantes locais também tem sentido os reflexos da falta de ações para coibir os problemas causados pelos imigrantes em situação de rua.

“Os consumidores têm medo de chegarem aos comércios daqui, porque a onda de furtos é muito grande. O pior é que é oferecido o abrigamento para essas pessoas, só que elas não querem. A gente sabe que tem gente de bem, mas esses que estão aqui só querem causar baderna”, completou.

OUTRO LADO – Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) informou a população deve entrar em contato imediato com as autoridades policiais ao se sentir incomodada ou tiver seus direitos infringidos. O contato com o órgão deve ser feito por meio do telefone 190.

“Todos os bairros da Capital recebem o policiamento ostensivo diuturnamente. A PM informa ainda que com intuito de minimizar as ocorrências, o CPC (Comando de Policiamento da Capital) pretende viabilizar uma unidade móvel para atender nas mediações”, destacou.

A PM frisou ainda que no dia da ocorrência envolvendo os imigrantes em situação de rua, uma equipe foi até o local para apurar os fatos.  Ela destacou ainda que o trabalho dos policiais é ininterrupto.

“As equipes estarão prontas para servir e intervir a serviço da comunidade, 24 horas por dia, ininterruptamente”, concluiu.

Já a assessoria de comunicação da Operação Acolhido informou que o grupo tem acompanhado e monitorado a situação dos venezuelanos em situação de rua.

“São pessoas que estão aguardando vagas nos abrigos e estas vagas serão sendo liberadas à medida que o processo de interiorização for ocorrendo. Por isto que é importante também vocês da mídia nos ajudem a divulgar este processo de interiorização, para que consigamos enviar mais imigrantes para outros estados e minimizar o impacto para cidade de Boa Vista”, completou.

A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista e aguarda resposta.

*Matéria Atualizada às 17h09.