Economia

Taxista troca cidade pelo campo e investe no plantio de batata

O agricultor Gleison Silva Queirozc colhe em média 40 toneladas de batata doce, por hectare

O agricultor Gleison Silva Queiroz, conhecido como Nakai, deixou o trabalho de taxista na cidade para produzir batata-doce no lote da família, no Projeto de Assentamento Nova Amazônia I, na vicinal 2, zona rural de Boa Vista. Hoje, ele colhe em média 40 toneladas do produto por hectare.

A mudança só foi possível devido ao apoio e incentivo recebido da prefeitura. “Minha mãe já morava aqui no lote, porém, devido às dificuldades, falta de apoio e custo elevado para o plantio, se produzia pouco. Com a implementação do Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA), pude voltar para o campo com minha família e resolvi plantar”, contou.

A área total do lote da família é de 54 hectares. Paralelo às lavouras de batata-doce, que somam cinco hectares, Nakai cultiva também dois hectares de milho. A mãe, a agricultora Dalva, se dedica a novas alternativas de utilização da batata que não vai para os mercados, com isso ela produz a farinha de batata-doce.

“O apoio da prefeitura com tratores, implementos, insumos e assistência técnica deu uma grande diferença. Antes, tínhamos uma média de produção de 15 toneladas por hectare e hoje mais que dobramos a produção e colhemos, em média, 40 toneladas por hectare”, completou Nakai.

Com os incentivos e o aumento da lavoura, a família do agricultor conseguiu agregar valor e diversificar a produção, fabricando farinha, floco, goma entre outros produtos derivados da batata-doce. As perspectivas para o futuro são as melhores: a ampliação da área em mais quatro hectares, o que pode dobrar a produção.

O PMDA foi criado em 2017 pela Prefeitura de Boa Vista para viabilizar ao agricultor o acesso a crédito em instituições financeiras e aquisição de materiais e equipamentos necessários ao desenvolvimento das lavouras.

“O plano veio para dar aos agricultores o apoio para que pudessem se desenvolver. Estamos conseguindo fomentar a agricultura familiar e aumentar a produção na zona rural de Boa Vista. Temos bons resultados como a criação do Polo da Batata-doce, o aumento de 70 para 180 sacas de milho produzidas em 2019, entre várias outras conquistas. Esse incentivo vai continuar”, disse a prefeita Teresa Surita.

Desde que foi criado, cerca de mil famílias foram atendidas pelo PMDA e puderam produzir milho, soja, melão, melancia, batata-doce, feijão, mamão, entre outros alimentos. A família de Nakai é uma das beneficiadas.

Investimentos no campo

Além dos incentivos para aumentar a produção, os agricultores do município serão beneficiados ainda com a Central de Abastecimento de Boa Vista (Ceasa), que vai possibilitar a redução de custos na comercialização, que envolve mão de obra, perdas, embalagens e frete.

O funcionamento vai contribuir com a redução de custos para o varejo, estimular as vendas nos supermercados e feiras e aperfeiçoar o mecanismo de formação de preços, elevando o nível de renda dos agricultores.

São histórias divididas entre o antes e depois do PMDA que mostram como o apoio e investimentos podem transformar a produção no campo.

“Houve uma evolução muito significativa através do trabalho da prefeitura, pois é visível o crescimento dos agricultores no conceito de produção, informações e nas práticas dedicadas ao campo. Em 2020, nós continuaremos o atendimento que tem dado certo, onde traremos todas as soluções para o homem do campo e imaginamos que esse será o grande marco da agricultura familiar no estado e no município de Boa Vista”, frisou o secretário Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Marlon Buss.