Cotidiano

Projeto identifica relatos de aliciamento para tráfico humano

Das 20 pessoas que procuraram ajuda pelo projeto, 10 foram encaminhadas para atendimento pelo Núcleo de Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, da ALE-RR

Cerca de 20 casos estão sendo investigados por possível aliciamento no ambiente escolar. Os casos foram identificados durante a execução do projeto Educar é Prevenir, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), em escolas da rede pública estadual.

O tráfico de pessoas é o terceiro negócio ilícito mais rentável no mundo depois das drogas e das armas. Um dos artifícios dos criminosos são as falsas promessas de um emprego ou viagem ao exterior. E é para alertar a comunidade escolar sobre este crime que o projeto Educar é Prevenir é realizado.

Ao longo de dois anos, a ação visitou 33 escolas na capital e no interior, somando 4.500 alunos e 1.500 profissionais de educação treinados. A iniciativa promove uma capacitação de professores e outros profissionais da escola, que por sua vez desenvolvem o assunto com os alunos.

Depois das palestras, quando um aluno ou profissional de educação identifica o caso e procura a equipe, ali mesmo ocorre o primeiro acolhimento.  No caso de menores de idade, a equipe notifica a direção da escola, e encaminha a situação para o Conselho Tutelar.

“Somos uma porta para o sistema de segurança, porque às vezes, a vítima fica perdida de onde pode recorrer”, explicou o coordenador do projeto, Glauber Batista. Das 20 pessoas que procuraram ajuda pelo projeto, 10 foram encaminhadas para atendimento pelo Núcleo de Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, da ALE-RR.

O projeto Educar é Prevenir encerrou os trabalhos neste ano, pois acompanha o calendário escolar. Mas a equipe já está planejando as ações para o próximo ano. A iniciativa é desenvolvida pelo Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Mulheres Vítimas de Tráfico de Pessoas, da Procuradoria Especial da Mulher (PEM), da (ALE-RR).

Abuso sexual e aliciamento

De acordo com o coordenador, as ocorrências mais recorrentes no ambiente escolar são de abuso sexual e o aliciamento. Ele relata que, segundo professores, há casos de pessoas que se matriculam nas escolas com a intenção de atrair vítimas.

“Graças ao nosso projeto, estamos com esse cuidado dentro das escolas, para alertar e ter esse olhar diferenciado através do projeto. Quando há visibilidade destas palestras, as pessoas abrem os olhos nas escolas”, explicou.

A Região Norte é a que possui o maior número de rotas de tráfico de pessoas no Brasil, 76 do total de 241, conforme os dados da Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil (Pestraf).

Ainda de acordo com a pesquisa, a rota de tráfico internacional de pessoas passa por Roraima, com destino principal a Venezuela, posteriormente, Espanha e Holanda.

Da mesma forma, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve um aumento de 160 para 404 pontos vulneráveis de exploração sexual infantojuvenil nas rodovias brasileiras da Região Norte, de 2017 a 2018.

Como denunciar

As denúncias podem ser feitas diretamente ao disque 100 ou 180. As vítimas podem procurar o atendimento na sede do Núcleo, na sala 208, localizada na avenida Ville Roy, 5717, Centro, na sala 208. Ou ligar para o telefone (95) 3624-8473.

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