Cotidiano

Atenção e paciência são fundamentais para a redação

Professora de língua portuguesa avalia que assuntos ligados as Fake News e meio ambiente podem ser adotadas para o exame deste ano

Mais de cinco milhões de estudantes devem participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que este ano será aplicado nos dias 4 e 11 de novembro. Realizada desde 1998, prova serve de base para o ingresso de pessoas em instituições de ensino superior.

Muitos daqueles que já se inscreveram estão intensificado a maratona de estudos, principalmente na parte de redação, que é considerado o item mais complicado do exame.

“A redação é simplesmente a leitura do aluno. É nela que o avaliador vai verificar o aprendizado desse estudante, inclusive com relação aos conhecimentos gramaticais, o conhecimento histórico e a capacidade que ele tem de entender os problemas que o cerca socialmente. Por isso que ela [redação] tem uma nota tão alta, porque ela é uma radiografia do conhecimento desse aluno, tanto nas áreas humanas quanto nas de exatas”, afirmou Roberta Fernandes, professora de língua portuguesa.

Roberta Fernandes é professora de língua portuguesa há 16 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Conforme Roberta, a organização das ideias é indispensável para que estudante consiga desenvolver a redação sem grandes transtornos.

“Inicialmente, a dica maior para aqueles que vão participar do exame é que não dá para fazer uma boa redação escrevendo pouco. Esse é um exercício que deve ser feito diariamente. Se você não tem esse exercício, dificilmente vai ter êxito nessa parte, mas a ideia é ter paciência, organizar o pensamento antes de escrever e saber que há um objetivo para alcançar com esse texto. O estudante tem que estabelecer a mensagem que quer passar”, destacou.

A filtragem das informações mais úteis é outro ponto pontuado pela professora. Segundo ela, ter atenção e compreensão do assunto é primordial para os estudantes que vão participar do exame.

“Hoje nós temos um mundo muito informatizado, cheio de mensagens que são propagadas a todo o momento, principalmente por conta das redes sociais e dos aplicativos de mensagens. Essas informações nem sempre estão corretas, justamente pela falta de profundidade, mas aí cabe ao aluno filtrar os pontos que são mais relevantes”, comentou.

Sobre o tema que poderá ser adotado para a edição deste ano, a educadora acredita que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve escolher temas que estão atualmente em evidência, como o combate às Fake News.

“Eu apostaria em temais mais atuais, como as questões sociais; a disseminação de informações falsas, que a gente conhece como Fake News, que já vem sendo debatida há um bom tempo; a onda de violência que vem crescendo no mundo todo; e os temas relacionados ao meio ambiente, como aumento clima, desmatamento de florestas, ou cuidados com a água”, completou.

Para encerrar, Roberta orienta que os estudantes respeitem os limites físicos e emocionais e saiba separar os horários para cada atividade que será executada antes e durante a prova.

“O mais importante é que esse estudante saiba organizar suas atividades. Evitem ingerir alimentos pesados, leve água e um chocolate no dia da prova, pois ela costuma a fazer com que seja gasta muita energia e que tenha calma na hora de fazer a prova. É natural da juventude querer resolver tudo depressa, mas esse exame é algo importante para o futuro profissional, então não dá para resolver tudo em 20 minutos”, concluiu.

QUE TEMAS PODEM SER ABORDADOS ESTE ANO?

Além da preocupação com as Fake News e cuidados com o meio ambiente, outros temas de impacto poderão vir à tona na redação do Enem deste ano, como a legalização do aborto, que foi debatido, inclusive, na Argentina, após a prática ter sido aprovada pelo Congresso, mas foi rejeitado pelos senadores daquele país.

Outro assunto cotado para a edição 2018 é o envelhecimento dos brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram o crescimento de 18%,8 da população de idosos acima de 60 anos.

O vício em jogos eletrônicos também pode ser outro assunto a ser abordado no exame. O tema foi discutido em junho deste ano, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluir a questão na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID).