Cotidiano

Alternativas energéticas a construção de hidrelétrica são apresentadas

Objetivo da audiência pública é detalhar para a população como está o andamento do processo de construção da hidrelétrica do Bem Querer e os impactos gerados

O debate envolvendo os impactos ambientais e os reflexos no Rio Branco por conta da construção da hidrelétrica de Bem Querer serão tratados durante a realização de uma audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR), a Federação das Colônias de Pescadores e Piscicultores do Estado de Roraima, o Movimento Puraké, a Prefeitura de Caracaraí e a Diocese de Roraima, amanhã, dia 20 de junho.

Com o tema “O projeto da Hidrelétrica do Bem Querer e os reflexos no Rio Branco e sua gente”, a audiência pública será realizada a partir das 17h no anfiteatro da Orla de Caracaraí e pretende repassar à sociedade civil organizada informações sobre o projeto de implantação da Usina Hidrelétrica do Bem Querer, além de discutir alternativas energéticas para Roraima.

De acordo com o presidente da Federação das Colônias de Pescadores e Piscicultores do Estado de Roraima, Rafael Pereira, o propósito da audiência pública é detalhar para a população como se encontra o andamento do processo de construção da hidrelétrica do Bem Querer e os impactos positivos e negativos gerados com a implantação do projeto.

“Além de informar através da parceria com várias instituições, como o Ministério Público Federal, Prefeitura de Caracaraí, Diocese e Movimento Puraké, vamos detalhar todos os impactos e escutar os anseios das comunidades locais. Esperamos que a Eletrobras compareça para relatar as questões técnicas e esclarecer que caso o linhão de Tucuruí seja concluído, ainda seria necessária a construção desta hidrelétrica. São pontos diversos e importantes a serem debatidos nesta segunda audiência”, disse.

Rafael esclareceu que para estabelecer o projeto de implantação da hidrelétrica, é necessário um aporte de recursos na ordem de R$ 6 bilhões que já estariam assegurados dentro das obras do antigo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Existem alternativas viáveis que temos a nossa disposição para explorar estes recursos a um custo bem menor do que foi orçado, contando com a geração de energia solar e eólica. Estas obras são bem menores em proporção da aplicabilidade dos recursos e não trazem nenhum impacto ao meio ambiente. Vamos detalhar experiências vivenciadas por pescadores da região amazônica, onde ocorreu a construção de hidrelétricas, exemplificando a diminuição dos cardumes de peixes oriundos da migração de rios amazônicos”, sintetizou.

Construção é desnecessária, avalia Movimento Puraké

Um dos coordenadores do Movimento Puraké, Bruno Souza, esclareceu que a audiência – organizada por cinco instituições – não faz parte do processo de licenciamento da hidrelétrica e foi convocada com o objetivo de repassar para a sociedade as informações sobre o projeto, reportar os possíveis impactos na vida das pessoas e do meio ambiente, e apresentar alternativas de geração de energia limpa para Roraima.

“Enquanto Movimento, entendemos que a segurança energética é necessária, mas há várias outras maneiras de se conseguir este feito sem trazer nenhum impacto negativo a sociedade. Esse é o nosso mote: repassar informações e ouvir a sociedade de Caracaraí, que detém muito pouco ou quase nada de informação sobre o projeto. Este será o município mais afetado com a construção da hidrelétrica, caso ela seja efetivamente construída. Temos este potencial incrível para desenvolver estes projetos de geração e sobre nenhuma hipótese precisamos destruir nosso potencial hídrico e pesqueiro encontrado na bacia do Rio Branco”, explicou Bruno. (R.G)