Cotidiano

Servidores do estado decidem paralisar atividades

Proposta foi feita em assembleia convocada por lideranças sindicais que irão ter encontro com governadora amanhã, às 10h.

Em uma assembleia convocada na tarde desta quarta-feira, 17, servidores estaduais decidiram parar as atividades até que consigam entrar em acordo com o Governo do Estado sobre o atraso nos salários dos funcionários.

Os servidores irão se concentrar amanhã (quinta-feira), 18, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos para manifestarem sobre a situação.

As lideranças sindicais se concentraram na sede do Sindicado dos Policiais Civis do Estado de Roraima (Sindpol) para comunicar que conseguiram marcar uma reunião com a governadora Suely Campos a partir das 10h. 

Segundo os representantes da classe, o momento atual é de uma crise nunca vista no estado e garantiram que o cenário se formou por conta de má gestão administrativa.

De acordo com o presidente do Sindpol, Leandro Almeida, a governadora perdeu qualquer possibilidade de governabilidade.

“O estado de Roraima faliu, está quebrado. Não temos a intenção de deixar ninguém apavorado, mas é a realidade. Nenhum dos poderes negocia mais com ela [governadora Suely Campos]”, destacou.

O presidente prosseguiu dizendo que além dos poderes Judiciário e Legislativo encontrarem resistência por parte do Executivo para conversarem, os sindicatos também enfrentam essa dificuldade. Ele acredita que talvez as manifestações motivaram a reunião de amanhã.

Já o presidente do Sindicato dos auditores da Secretaria de Fazenda de Roraima (Sindifisco/RR), Jorge Teixeira, apresentou dados que classificaram como “preocupação do futuro dos servidores”.

O sindicalista afirmou que nunca conseguiu formalizar um encontro com o titular da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) e que o antigo secretário, Kardec Jackson, tinha feito alertas sobre ajustes fiscais que precisavam ser realizados para evitar a situação caótica. “Não foi feito nenhum ajuste”, disse.

“De setembro de 2017 até setembro de 2018, houve um incremento de 8% no ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Foi de R$ 576 milhões para R$ 625 milhões. O FPE [Fundo de Participação dos Estados] também teve acréscimo aproximado de 6%, antes era R$ 1,544 bilhão e foi para R$ 1,649 bilhão em setembro de 2018”, relatou.

Para Teixeira, não existe justificativas para que haja falta de pagamento, já que é possível perceber um saldo positivo na arrecadação.

Ele finalizou informando que de acordo com projeções, se não tiver nenhuma medida, os servidores podem ficar sem salário até dezembro.

AGENTES PENITENCIÁRIOS – De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima, Joana D’arc, as atividades foram paralisadas hoje, 17, e somente efetivo de segurança está sendo mantido. “Não pagaram  a alimentação dos presos, não vai ter visita e sem sacolão até que se resolva. Não existe a possibilidade de continuarmos como estamos”, completou.  (A.P.L)

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