Cotidiano

IBGE reduz ritmo, mas mantém Censo na Terra Yanomami

Mais da metade do trabalho está feita, mas a continuidade demanda atenção com a segurança das equipes; empenho integra resposta à crise humanitária na região

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O Governo Federal está reunindo esforços para apoiar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na conclusão do Censo Demográfico 2022 em Território Indígena (TI) Yanomami. A iniciativa faz parte da ação interministerial de resposta e combate à crise humanitária que ocorre na região — maior reserva indígena do país, onde vivem mais de 31 mil pessoas.

Até o momento, já foram pré-identificadas 549 comunidades no território Yanomami, sendo 396 no estado de Roraima, com 53% delas recenseadas; e 153 no Amazonas, com recenseamento de 98%. “A soma dos esforços vem superando as dificuldades operacionais e logísticas desde o início da coleta. Só assim conseguiremos completar essa missão nas próximas semanas”, destacou a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes.

Para finalizar a pesquisa, o IBGE está contando com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) nas tratativas junto aos demais agentes públicos envolvidos na ação de enfrentamento à situação vivenciada pelos Yanomami. A ministra do MPI, Sonia Guajajara, assegurou que vai “trabalhar para que possamos construir alternativas para que os recenseadores acessem as terras indígenas e possam incluir nosso povo”.

Lucia Alberta, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, frisou a importância do apoio das forças de segurança durante o trabalho de coleta de dados nas comunidades da TI Yanomami. “É indispensável a escolta da Polícia Federal, das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública, para que as equipes atuem de forma segura em áreas onde as aldeias estão cercadas por invasores”, detalhou.

O Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), prestará apoio logístico ao IBGE para o transporte aéreo de profissionais do Censo, que irão coletar informações demográficas dos indígenas. Já o Exército Brasileiro apoia com alojamentos nos pelotões especiais. “Iremos fazer o planejamento para ver a melhor forma de atender esta importante demanda”, reforçou o ministro José Múcio, após encontro com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, na tarde de terça-feira (14). A iniciativa tem início previsto para 6 de março.

A Secretaria Nacional de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, além de apoiar no acesso às comunidades, também colabora com a realização de testes de Covid-19 nas equipes e com alojamentos nos polos de saúde. A conclusão das informações do Censo 2022 com temática indígena está prevista para o final do mês de março. O prazo necessário para finalizar processos internos e divulgação é de dois meses, em média.

BENEFÍCIOS — Com a conclusão do Censo Demográfico 2022 na reserva Yanomami será possível identificar, de forma mais precisa, a população. Com efeito, é estruturada a informação sobre o total de indígenas por faixa etária e sexo, juntamente com a localização da comunidade. Além disso, será viável compor planejamentos mais assertivos em assistência à saúde, dimensionando, por exemplo, a quantidade necessária de vacinas.

Os dados ainda vão revelar a frequência de visitas das equipes de saúde na comunidade, a existência de agentes indígenas de saúde e saneamento, informações sobre infraestrutura de comunicação, acesso à luz, saneamento, documentação, entre outros dimensionamentos.

METODOLOGIA — A coleta de informações no TI Yanomami envolve uma série de adaptações metodológicas. Com apoio da Funai e da Sesai foi possível produzir um planejamento da operação e realizar consultas às associações Yanomami, para que as informações fossem reunidas pela equipe do IBGE de maneira mais eficiente e precisa. Todo o processo foi acompanhado pelo grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do Instituto.

Foram realizadas diversas adaptações para que os diferentes grupos entrevistados pudessem compreender as questões e fornecer as informações demandadas na pesquisa. A equipe de coleta censitária em áreas indígenas é composta por um recenseador, um guia institucional (que realiza a mediação intercultural) e um guia-intérprete, indicado pela Funai, Sesai e associações indígenas.

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