Finanças

Visao de Negocios 03 09 2018 6846

Editorial 

A revista Havard Business Review, publicou em seu site no mês passado, uma pesquisa sobre as barreira para inovação nas empresas. Uma das conclusões foi que a palavra “inovação” não funciona como os feitiços de Harry Potter, tornando empresas mais inventivas, criativas e empreendedoras em um passe de mágica. 

A palavra pode ser proferida tanto por um gerente durante uma reunião com seus funcionários quanto por analistas de Wall Street. Pode estar decorando a porta de um novo centro de inovação no Vale do Silício. Pode estar inserida em nomes de cargos. (Sim, até mesmo a Toys R Us tinha um chefe de inovação.) Porém, existem problemas complexos de cultura, estratégia, política e orçamento, que devem ser confrontados por gestores e outros líderes caso queiram assegurar que suas empresas acolham novas ideias em vez de repeli-las.

A pesquisa Innovation Leader, ferramenta online para equipes de inovação corporativa, perguntou sobre os obstáculos mais comuns enfrentados pela inovação em grandes empresas. Para ser construtivo, também foi perguntado sobre os fatores que estimulam a inovação. As respostas, vindas de 270 líderes empresariais de estratégia, inovação, e cargos de pesquisa e desenvolvimento, foram esclarecedoras. Vamos analisar os principais pontos na coluna desta semana.

Fabiano de Cristo Consultor Empresárial [email protected]

A DIFICIL TAREFA DE INOVAR 

O desafio da inovação está presente no dia-a-dia das nossas empresas. Muitas atividades que nós gestores temos que desempenhar muitas vezes, faz como que ficamos “milpes”, e não conseguimos pensar em promover inovação em nossas empresas. A pesquisa Innovation Leader, convidou os participantes das empresas de forma eleatória, a apontar quantos fatores quisessem dentro de uma lista prévia, que os impedem de inocavar . Os cinco obstáculos mais citados foram apontados por pelo menos um terço deles. Foram os seguintes:

Política, disputas territoriais e falta de alinhamento (55% dos participantes) – Algumas unidades ou missões empresariais acreditam que já realizam inovações por conta própria, e que qualquer tipo de iniciativa diferente está invadindo o seu território — e potencialmente competindo por recursos. Talvez alguns tenham a esperança de que o “queridinho” do gestor do momento, que pode ser um novo diretor de inovação ou um diretor digital, irá embora se for ignorado.

Toda vez que se começa algo novo como [uma iniciativa inovadora], que abrange muitas áreas, há a possibilidade de as pessoas sentirem seu território sendo invadido. Líderes podem não conseguir abafar todas as rixas dentro da empresa, mas podem ser claros sobre aquilo que se espera do grupo de inovações ou de novos empreendimentos, e de que forma esperam que os outros os apoiem.

Questões culturais (45% dos participantes) – A cultura de grandes empresas é tipicamente fundamentada na excelência operacional e no crescimento previsível. Pessoas que operam mudanças e tentam realizar experimentos raramente são recebidas de braços abertos — principalmente quando estão trabalhando em uma ideia que pode canibalizar negócios estáveis ou atrapalhar o modelo de distribuição atual.

Incapacidade de agir ao ver sinais cruciais para o futuro da empresa (42% dos participantes) – Foi perguntado aos gestores sobre duas barreiras que estão relacionadas em nossa pesquisa: quão bem sua empresa “capta” os sinais de mudança, e como isso a influencia? Apenas 18% dos participantes disseram que suas empresas tinham dificuldades com a primeira questão — então, em quase todas elas existe a consciência de que há startups perturbadoras entrando em seu setor e mudando o comportamento de compra dos consumidores. O problema está em reagir a esses sinais. 

Quando os seus “batedores” veem algo importante, que mecanismos existem para estabelecer colaborações com vendedores externos ou com startups, ou realizar um teste rápido com uma missão ou unidade empresarial? Um número excessivo de empresas espera até que a reunião anual de estratégia dê algumas voltas antes de abordar as mudanças de dinâmica do mercado.

Falta de orçamento (41% dos participantes) – Em muitas das maiores empresas, em setores como o aeroespacial e tecnológico, orçamentos limitados não são um empecilho. Ao longo de décadas, esses setores construíram grandes funções de P&D (pesquisa e desenvolvimento), das quais se espera a criação de novas ideias que poderão ser impulsionadas pela empresa. 

Falta de visão ou estratégia apropriadas (36% dos participantes) – Essa resposta inclui uma infinidade de erros. Está claro para os funcionários qual tipo de inovação deveriam estar fazendo? Estão em busca de ideias para alinhar as operações e servir melhor os clientes, ou desenvolvendo novos modelos de negócio em torno de produtos já existentes? Sem uma estratégia coerente e uma visão clara do objetivo da empresa, ações de inovação acabam ficando isoladas e escassas.

Um facilitador chave da inovação, citado por mais da metade dos participantes, foi a “capacidade de testar, aprender e repetir”. Em que medida sua empresa realiza experimentos rápidos, coleta os resultados e depois tenta outra vez? Pense nisso e até a próxima semana

RESENHANDO

O comprometimento a longo prazo é essencial. Culturas empresariais rejeitam muitas iniciativas arrojadas quando as pessoas acreditam ser a última bolacha do pacote. (Uma das respostas escritas que obtida para a pergunta sobre obstáculos para a inovação foi: “Liderança com TDAH”). Quando Gerentes e outros líderes falam sobre inovação, precisam deixar claro que ela ocorrerá em regime de exercícios diários — parte do modo como as coisas serão feitas aqui de agora em diante — e não como um feitiço que traz resultados imediatos.