Jessé Souza

Previdencia e sindrome de Matusalem 5194

Previdência e síndrome de Matusalém

O cume do deboche com os brasileiros foi o áudio da entrevista do presidente Michel Temer (PMDB) que, ao defender a reforma da Previdência, disse que o brasileiro está vivendo mais e que logo ele passará a viver até os 140 anos de idade! Isso mesmo: 140! Não se trata apenas de um espírito zombeteiro de quem não liga para a realidade dos mais pobres, mas de um cinismo mediante uma política de um país entregue à cleptocracia.

Como Temer levou à frente o maior esquema de compra de apoio para conseguir votos suficientes para que a Câmara não autorizasse que ele fosse processado por duas vezes, no esquema da Operação Lava Jato, agora ele ficou refém das chantagens e das barganhas de parlamentares sedentos por mais toma lá dá cá. É o suborno oficializado.

Para emplacar a reforma da Previdência, vai valer de tudo, e esse cinismo de que o brasileiro irá viver 140 anos soa como um sinal verde para que os assaltadores dos cofres públicos escalpelem o que ainda resta e se apropriem de mais nacos de um governo em desgraça política e espoliado por todos os lados.

Além de pagar mais essa conta do butim, o povo brasileiro corre o risco de ser vítima do pior golpe que um trabalhador pode ter, que é não poder se aposentar em vida, a não ser que realmente as pessoas acreditem que possam viver quase um século e meio de vida, acometido por uma “síndrome de Matusalém”.

É fato que se torna necessário promover uma reforma, mas não nos moldes que o governo Temer quer fazer, para agradar um mercado comandado por políticos e seus aliados empresários de grandes corporações que bancam a campanha eleitoral de boa parte dos congressistas.

A sociedade precisa pressionar os seus parlamentares, nos seus respectivos estados, para que eles não entrem nesse novo butim nos cofres públicos. Já que as pessoas usam as redes sociais para aventuras e desventuras, então que as usem para mostrar aos deputados e senadores nos quais elegeram que não aceitam mais esse golpe contra o trabalhador brasileiro.

Não adianta apenas ficar choramingando e compartilhando quem foi a favor ou contra depois das votações. É necessário se posicionar antes, ir às redes sociais dos parlamentares para cobrar, contestar, conclamar e exigir uma postura a favor do trabalhador brasileiro.

Afinal, o nosso voto permite que assim ajamos e, acima de tudo, é o nosso futuro que está em jogo. Essa deve ser a nova forma de “ir às ruas sem sair de casa”, usando as redes sociais para tomar um posicionamento político. O tempo urge!

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