Parabólica

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Bom dia,

Basta dar uma olhadela nalgumas redes sociais para perceber que os candidatos mais endinheirados já estão com um exército de mercenários em campo para elogiar seus pagadores, e ao mesmo tempo criticar os principais adversários. Alguns desses mercenários são de carne e osso sendo possível saber o quanto estão recebendo, e em muitos casos é possível identificar as respectivas ligações com órgãos públicos, ou seja, é gente ganhando dinheiro público que deveria estar financiando serviços básicos para a população. Outros mercenários não têm dimensão física, e são representados por “fakes”, criados exatamente para isso, apesar da lei vetar o anonimato.

Só depois do resultado das eleições poder-se-á saber se a estratégia de utilizar massivamente as redes sociais vai resultar eficaz. De qualquer forma, tirante os exageros que deveriam resultar em processos judiciais, quando a divulgação das críticas ultrapassar o nível da verdade, e descambar para a ofensa honra de qualquer um, as trocas de farpas entre candidatos, que deveriam eles mesmos assumir a autoria delas, não é de todo ruim para o processo eleitoral. É válido que candidatos mostrem as falsetas dos adversários, e que também tenham as suas reveladas, desde que estejam fundadas na verdade.

CRIMES Essa informação deveria pelo menos ser levada em consideração pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público Eleitoral. Levantamento feito levando em consideração os últimos dez anos – eleições de 2006 a 2016- indica que Roraima é o estado brasileiro onde mais se pratica crimes eleitorais, quando se compara o número de eleitores com o número de processos apurados na esfera policial pela prática de crimes eleitorais. E aqui, a maioria desses processos se refere à compra de votos. Não foi sem razão que o delegado da Polícia Federal, que trabalhou na eleição de 2010 disse, ao final do pleito, em tom melancólico que “em Roraima não se disputa eleição. Compra-se votos”. Os números dizem que ele tinha razão.

ASSOCIAÇÃO E os migrantes venezuelanos que moram em Roraima começam a tentar se organizar para criar uma instituição da qual eles possam utilizar para defender seus direitos. Segundo fontes da Parabólica, já foi realizada a assembleia geral para a criação da Associação Nacional de Imigrantes Venezuelanos (ANIV-Brasil). Muitos podem até discordar, mas esses migrantes têm todo o direito de buscar um mínimo de organização para vocalizar e defender os direitos que o Brasil assumiu praticar em vários acordos internacionais sobre migração.

APROFUNDAR E a onda de migração de venezuelanos para Roraima, e outros estados brasileiros, está longe de arrefecer. As últimas previsões feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o crescimento econômico dos países latino-americanos revelam um cenário extremamente pessimista. Para o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela vai levar um tombo neste ano de 2018 de 18%. Não precisa ser economista para saber que uma queda tão acentuada nas atividades econômicas de um país em um ano, nesta dimensão, representa uma tragédia de consequências inimagináveis para a população, especialmente, para os segmentos mais pobres. E são eles que estão vindo para Roraima, e neste cenário o fluxo de migrantes só tende a aumentar.

ARROJO Nos governos esquerdistas de Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), o Brasil já era o paraíso para os bancos ganharem muito dinheiro. O governo mudou para as mãos dos direitistas comandados por Michel Temer (MDB) e o país continuou como um éden para todo tipo de rentista, desde os aplicadores em títulos da dívida pública, passando pelos agiotas e chegando aos bancos. Em 2017, enquanto o governo cantava em prosa e verso, a redução da taxa Selic (passou de 14% ao ano para 6,5% ao ano), os brasileiros pagaram de juros, só para os bancos nada menos que R$ 475,6 bilhões. Os dados foram levantados pela Fecomércio-SP. É um escândalo que ninguém parece se indignar.

EXPANSÃO Nem tudo é notícia ruim quando se trata da economia roraimense. Dados sobre o comércio exterior de Roraima indicam que as exportações do Estado para outros países passaram de US$ 16,8 milhões em 2007 para US$ 41,4 milhões em 2017, um salto extraordinário de 146,4%, o que dá uma média anual de crescimento em torno de 14,6%. E essa mudança não foi apenas quantitativa, no começo desse período o produto de maior relevância na pauta das exportações roraimenses era a madeira serrada, e hoje quem domina essa pauta é a soja, o que tende se consolidar nos próximos anos.

GANHANDO Ontem, por volta das 15h, como vem acontecendo com bastante frequência nos últimos tempos, faltou energia elétrica na redação da Folha. Um empresário que visitava o jornal saiu-se com essa, que merece divulgação: “Nem todo mundo fica incomodado com esses frequentes cortes no fornecimento de energia para o boa-vistense. Ao contrário, toda vez que isso ocorre o que me vem à cabeça imediatamente é que alguns poucos esfregam as mãos de alegria, afinal, é mais uma bela oportunidade de ganhar um dinheirinho a mais com as termoelétricas”. Tem razão. Pena que o leitor, que sofre os prejuízos, não percebe isso.

COMO DISSEMOS Na segunda-feira, 23.07, a Parabólica alertou que estava faltando uma pedra, o MDB, no tabuleiro da negociação entre o tucano Geraldo Alckmin e o chamado centrão. Pois bem, notícias vindas de Brasília dão conta que os dirigentes do partido do presidente Michel Temer já andam perguntando onde ficará o lugar dele na mesa dos comensais.