Parabólica

Parabolica 01 10 2018 7005

Bom dia,

Depois de um rápido período de recesso a Parabólica volta a circular. É claro, nosso desejo seria voltar com alto astral, falando de progresso, democracia e de queda no desemprego, ou ainda melhor, noticiando que mais políticos corruptos estavam presos. Infelizmente, não dá para falar de flores diante da pequena história sobre as atuais eleições que vamos contar a seguir.

A história foi trazida à Parabólica, por um leitor que está empenhado numa candidatura ao Senado Federal: ele estava visitando alguns conhecidos numa pequena localidade no interior ao Norte do Estado. Pediu o voto de uma dona de casa para sua candidata, sendo prontamente atendido com a promessa de que um dos votos seria dado por consciência, mas que o segundo voto da eleitora para o Senado Federal seria para algum candidato que lhe desse alguma coisa, especialmente dinheiro.

Arriscando perder o voto já prometido, o leitor/cabo eleitoral tentou recriminar a conduta de sua conhecida recebendo a seguinte resposta: “Olha bem rapaz, eu já te disse que um dos votos eu daria de coração, mas que o outro só darei a quem me der dinheiro. Veja bem, a gente precisa também eleger quem compra votos, porque se eles não se elegerem, na próxima eleição quem vai nos dar alguma coisa?” 

Dá para falar de flores, quando parece que a conduta dessa senhora é seguida por um contingente expressivo do eleitorado roraimense? Quem não se lembra daquela desiludida declaração de um delegado federal, que ao término da eleição de 2010, disse simplesmente: “em Roraima não se disputa eleição, compra-se votos”. 

L?? Na semana passada, em Goiás, uma operação da Polícia Federal apreendeu com o motorista do atual governador José Hélio (PSDB), candidato à reeleição, quase um milhão de reais em dinheiro vivo. Os policiais desconfiam que toda essa grana serviria para bancar parte da campanha do governador, através de conhecido esquema de Caixa 2, que tem servido para comprar votos, e também para lavar dinheiro da corrupção para engordar o patrimônio de tantos canalhas que fazem da política para enriquecer.

AQUI Os sinais exteriores de riqueza de algumas campanhas, especialmente ao Senado Federal, nestas eleições em Roraima, indicam claramente que alguns candidatos estão esbanjando dinheiro muito acima do limite máximo de gastos fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A utilização de Caixa 2, é desbragada e eles sequer fazem questão de esconder. Um dos candidatos, segundo fontes da Parabólica, já teria preparado um megaesquema para comprar 80.000 votos. Nas áreas indígenas até um helicóptero já teria levado para pontos estratégicos, a grana. E ninguém faz nada para evitar essa canalhice.

FALSA No sábado (29), circulou em alguns grupos de WhatsApp, uma pesquisa de intenção de votos para o governo do estado cuja autoria foi atribuída ao INOPE, um instituto de pesquisa local, que vem ganhando confiabilidade desde a eleição passada. Ainda no mesmo dia, Ednaldo Sousa, que é o responsável pelo instituto, ligou para a Parabólica desmentindo enfaticamente a autoria daquela atribuída.

“Nós vamos tomar as medidas judiciais necessárias para punir essa fraude. O INOPE, não publica resultados de pesquisas por redes sociais. Temos uma parceria antiga com a Folha, e todos os resultados oficiais do INOPE são dados apenas ao jornal. Fazemos também pesquisas encomendadas por candidatos, e neste caso, os resultados são entregues apenas aos contratantes, que assumem o compromisso de não divulgá-los. É um absurdo o que fizeram”, disse.

MAIOR Quem passou ontem pelas imediações da Rodoviária Internacional de Boa Vista deve ter ficado impressionado com o aumento de famílias venezuelanas ali acampadas. São pessoas de todas as idades, entre elas muitas crianças. O que fica difícil de entender é a falta de iniciativa do Ministério Público Federal em promover ações para obrigar o governo federal a dar mais efetividade ao acolhimento dessa gente, e também exigir da Prefeitura de Boa Vista o enfrentamento dessa degradante condição de tanta gente em situação de rua. A Prefeitura não pode continuar fazendo de conta que essa gente está morando em alguma outra cidade.

REAÇÃO  A Parabólica faz esse registro porque na semana passada, esses órgãos e também algumas organizações não governamentais reagiram energicamente contra o entendimento informal mantido pela governadora Suely Campos (Progressistas) junto ao presidente Nicolás Maduro, da Venezuela. Desse encontro saiu uma declaração daquele dirigente nacional venezuelano, de que faria esforço para repatriar alguns de seus compatriotas. Tanto o Ministério Público Federal, quanto essas ONGs, condenaram aquela iniciativa, sem oferecer qualquer outra alternativa para o complicado e crescente problema da migração que assola Roraima.

TODOS Este final da campanha eleitoral para presidência da república parece que vai ficar marcado como de todos os candidatos contra Jair Bolsonaro. Todos os candidatos estão esquecendo uns aos outros, para fixar fogo cerrado contra o candidato do PSL. Ontem, por exemplo, num debate promovido pela Rede Record, todos criticaram especialmente Bolsonaro. Marina Silva (REDE) disse claramente que Bolsonaro e Haddad são cabos eleitorais um do outro. E parece que tem razão.