Parabólica

Parabolica 23 10 2018 7121

Bom dia,

Os brasileiros e as brasileiras têm razão de sobra para não gostar do PT. Afora o partido ter promovido e formatado um governo presidencialista de coalizão sustentado no maior esquema de corrupção estruturada da história republicana do Brasil, os treze anos de administração petista deixaram de herança uma crise econômica que só tem paralelo na crise da economia cafeeira do início do século XX.

O governo do petismo, e de seus aliados, à direita e à esquerda – fisiológicos e populistas –, moldou uma sociedade de coitadinhos, onde o mérito foi substituído pela utopia de que nenhum brasileiro precisa se esforçar muito para ganhar saúde, educação, aposentadoria e moradia, pois tudo seria provido pelo Estado, afinal são direitos garantidos pela Constituição.

Entre outras coisas, esses anos todos de petismo foram marcados pelo surgimento de vários movimentos sociais, apoiados com dinheiro público, que promoveu invasões de propriedades públicas e privadas, urbanas e rurais. Tudo na lógica de que morar é um direito constitucional, e que ninguém precisa fazer qualquer esforço para obter por mérito uma moradia.

No campo do trabalho, o petismo também produziu uma das maiores taxas de desemprego e de subemprego da história do Brasil. Mesmo os empregos criados na melhor fase do petismo – primeiro mandato de Lula da Silva –, os empregos criados foram de baixa qualidade no setor de serviço com reduzida produtividade, e que viraram pó quando a economia começou a desabar. Entre outras coisas, o governo do PT assistiu impassível à desindustrialização do país.

O petismo estimulou fortemente mudanças de costumes, especialmente na política de gênero – que você concorde, ou não –, afrontou princípios muito arraigados na formação cristã, especialmente na mais conservadora, que ainda constitui a maior parcela da sociedade brasileira. Isso gerou uma reação muito forte contra o PT, que se expressou com mais clareza na cassação do mandato de Dilma Rousseff pelo Congresso Nacional.

Partiu igualmente do PT, e neste caso, com participação direta de Lula da Silva a ideia de dividir o Brasil entre “coxinhas” – quase sempre interpretado como gente da classe média –, e os outros brasileiros que o petismo se esforçou para se caracterizá-los como os pobres e miseráveis do país. Lula e seus comandados sempre fizeram questão de se apresentar como os protetores dessa gente despossuída, que um dia foi chamada por Fernando Collor de Mello de “descamisada”.

Embora fizesse todo o esforço para dividir os brasileiros entre “coxinhas” e pobres despossuídos, ao final das contas, a política macroeconômica do Lula/petismo consolidou a caminhada do país de se transformar num dos maiores cassinos financeiros do mundo, praticando juros imorais que ultrapassaram folgadamente os 500% anuais, gerando cordões de miseráveis.

Tudo isso, e muitas outras coisas, produziram o surgimento de Jair Bolsonaro (PSL) que soube, com talento, galvanizar a insatisfação com o petismo e que consolidou depois de muitas décadas, uma retomada da direita que vem aparecendo como opção nestas eleições. Jair Bolsonaro não é um mito como muitos de seus correligionários querem fazer crer. Do ponto de vista político/eleitoral, ele é um personagem que interpreta o anseio de milhões de pessoas contra tudo o que o petismo defendeu, e praticou, nos treze anos que foi inquilino do Palácio do Planalto.

É claro, o personagem interpretado por Jair Bolsonaro está sendo transformado em salvador da pátria. Sua defesa, feita por gente de todas as classes sociais, está sendo feita com enorme dose de fanatismo e paixão, como faz muito tempo não se via no Brasil. Nem Lula da Silva, reconhecido líder populista, teve tanta gente lhe seguindo com paixão. E aí, mora o perigo. Não se está falando de seus defeitos, que são muitos.

AVISADO

Na entrevista que concedeu ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, no último domingo, o candidato Anchieta Júnior (PSDB), que disputa o segundo turno com Antonio Denarium (PSL), revelou que foi aconselhado por muitos amigos para não aceitar a presença do notório senador Romero Jucá (MDB) em seu palanque no primeiro turno das eleições. “Findei aceitando por uma questão de grupo, especialmente por pedido dos meus apoiadores na Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Fiz todo o primeiro turno pedindo votos para ele e para o Chico Rodrigues. Agora vejo que meus amigos tinham razão”, disse o tucano.

MANDOU

Ainda sobre Romero Jucá, o candidato Anchieta Júnior disse que não é verdade que o senador emedebista tenha liberado todo seu pessoal para apoiar qualquer dos dois candidatos no segundo turno. Anchieta disse que tem informações seguras de que a orientação de Jucá foi para seus correligionários apoiarem Antonio Denarium “Eles, com certeza, já conversaram, mas por razões que eu desconheço não querem revelar publicamente qualquer entendimento”, disse o candidato.

PERDIDOS

Basta ouvir o que estão dizendo as autoridades do Poder Judiciário brasileiro, para perceber que todos, especialmente da Justiça Eleitoral, estão perdidos quando apontam as medidas necessárias para apurar as denúncias que foram feitas sobre a utilização abusiva das redes sociais nestas eleições que ainda não terminaram. A própria presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, chegou a pedir, quase de maneira patética, que se alguém tivesse sugestão quanto à apuração dos fatos denunciados que o tribunal estava aceitando. É mole?