Opinião

Opiniao 28 06 2018 6477

Concurso público: a busca constante pela estabilidade – Flamarion Portela*   A cada dia cresce mais a procura pela estabilidade financeira através do ingresso no serviço público. A grande participação de candidatos em concursos públicos nos últimos tempos em Roraima é uma prova inconteste disso.

Só nos três últimos concursos realizados este ano (Desenvolve-RR, Setrabes e Assembleia Legislativa), foram quase 25 mil pessoas inscritas, para um total de apenas 131 vagas, o que deu uma concorrência média de mais de 185 pessoas por vaga. E este ano ainda está em andamento o concurso para a Polícia Militar de Roraima, que está oferecendo 400 vagas, e estão previstos ainda o da Polícia Civil, com 330 vagas, e da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), com 97 vagas. Se considerarmos o concurso para a Polícia Federal, que oferece 500 vagas e deverá ter muitos inscritos em Roraima, serão mais quatro até o final do ano que levarão muita gente aos cursinhos preparatórios ou mesmo a estudar em casa na busca de uma vaga no serviço público.

É o sonho da estabilidade que milhares de roraimenses estão buscando. E eu acredito e defendo que esse é o melhor caminho, legal, legítimo e constitucional de se ingressar no serviço público, por isso, quando fui governador, mesmo a contragosto de muitos, realizei o chamado “Concursão”, em 2003, que proporcionou o ingresso de quase 9 mil pessoas no serviço público. De lá para cá, muito tempo passou sem que fossem realizados tantos concursos públicos em Roraima. Isso, de uma certa forma, deixou a máquina pública carente de bons profissionais e incentivou a entrada de cargos comissionados ou a contratação de empresas terceirizadas.

Roraima ainda é um estado em crescimento e o serviço público ainda é a primeira opção de quem busca sua estabilidade financeira e profissional. É a garantia de que a família estará resguardada e poderá ter um futuro melhor.

Embora eu defenda também que nosso Estado precisa buscar uma matriz econômica diferente, inclusive o que tem sido buscado incansavelmente pela gestão da governadora Suely Campos através do incentivo agronegócio, enquanto isso não se concretiza, é fundamental a realização de concursos públicos em todos os órgãos de governo, como forma de garantir a oportunidade de escolher os melhores e mais capacitados para servir à população.

Por fim, a realização de concurso público também é uma iniciativa que faz girar também a economia do Estado e incentiva as pessoas a estudar cada vez mais, para ficarem melhor qualificadas ao mercado de trabalho, que fica cada dia mais competitivo pela escassez de vagas.   *Ex-governador de Roraima e Presidente do Iteraima.

Somos todos da raça humana – Vera Sábio*

Quando escrevo, imagino que pessoas lerão. Porém para que leiam, não é necessário serem brancas, negras, amarelas, crianças, jovens, idosos, pobres, ricos e mesmo cegos ou enxergantes.

É simplesmente preciso que estejam alfabetizadas e compreendam o que está escrito; ou no caso dos cegos, que possuam um ledor de tela ou um texto acessível ao seu contato tátil ou auditivo para que e entenda o que esta sendo transmitido. Todavia, quero dizer com isso que não são os olhos, os braços, a cor da pele e a classe social que nos descreve como leitores.

Da mesma maneira somente a característica de animal irracional e seres extraterrestres, pode identificar alguém, como não sendo da raça humana. Porém, da mesma forma que ninguém nasce sabendo ler; não há alguém que nasça com preconceito e ar de superioridade em relação ao próximo.

Pois se alguém não se sente próximo do outro, embora as características físicas, mentais, sensoriais e sentimentais são bem parecidas. Ainda temos a dependência, a qual no fundo, mesmo que não nos demos conta disto; no entanto, o outro é próximo e em tudo, dependemos uns dos outros.

Somente esta conscientização do quanto somos interligados, irá com muita boa vontade, quebras de paradigmas e valorização do outro; tirar este estereótipo de que a cor da pele interfere na condição real da raça humana.

Por causa desta valorização e desvalorização da cor, como característica necessária para maior ou menor respeito, admiração, poder, inteligência e tantos outros requisitos que nada depende do que os olhos enxergam, e sim do que a personalidade, caráter e outros valores internos, possuem; os quais não têm cor e não podem ser identificados pelos olhos. O que me faz pensar, no quanto seria bom se por momentos, todos fôssemos cegos.

Os negros fossem cegos para que retirassem o preconceito impregnado que os condicionaram com a propagação de gerações em gerações; as quais pregaram constantemente que a cor de suas peles eram feias, inferiores e deveriam submeter-se aos que tivessem a cor mais clara do que as suas.

Os brancos adultos fossem cegos, para que nunca olhassem os amigos dos filhos que são de cores diferentes que as suas, como condição de desprezos, aproximando de todos sem nenhum preconceito proveniente da cor, etnia e outras características, que os olhos olhariam com desdém.

Os jovens e crianças fossem cegos, para que a união e amizade nunca se desfizesse ou deixasse de acontecer; porque sabiam pelos conselhos familiares, quais as pessoas que deveriam ou não deveriam se aproximar. Desta maneira o preconceito nunca surgiria.

Sei que isto é só uma utopia e não precisam se preocuparem, não é praga de cego. Mas só teremos condições de lutar contra este terrível preconceito racial, quando a empatia nos identificar como sendo todos da mesma raça humana, e desta forma mereceremos todos, as mesmas oportunidades, o mesmo direito e a mesma valorização. Independente da nossa cor ou quaisquer características externa que não seja formadora do nosso caráter.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega com grande visão interna. CRP: 20/04509 www.enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

O bom conselho – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros; pois nunca têm utilidade para nós próprios”. (Oscar Wilde)

Você gosta de dar conselhos? Cuidado. Nem sempre eles são tão úteis como imaginamos. Quando for dar um conselho espere que o interlocutor o peça. Caso ele não peça, pergunte sempre se ele quer um conselho. Então vá em frente. Só há mais um problema: será que o conselho está condizente com a personalidade do receptor? É difícil pra dedéu. Mas não deixe, por isso, de aconselhar. Caso o conselho não seja útil para quem o recebeu, foi útil para você que fez sua parte. Então vá em frente, mas cuidado com os barrancos.

Não há como não se sentir feliz quando se participa, honestamente, dos problemas de quem amamos. E como amamos o próximo, por que não se sentir feliz em ajudar seja lá quem for? O importante é que não nos metamos onde não devemos nos meter. Nada de querer penetrar na intimidade de alguém, mesmo que seja no intuito de ajudar. Meça seus conselhos. Mas não deixe de aconselhar. Respeitar a intimidade e a personalidade de cada um é o método mais eficiente para o fortalecimento da amizade.

Nunca se deix
e abater com uma decepção. Ela sempre nos mostra em que grau de evolução nos encontramos. E cada um de nós está no seu próprio grau de evolução. O que deve ser sempre respeitado, quando analisamos o comportamento dos outros. Por que nos decepcionamos? Porque não estamos devidamente preparados para os acontecimentos. Ainda não aprendemos a nos olhar no nosso espelho interior. Porque é ele que realmente nos diz quem realmente nós somos. E é se olhando no seu espelho interior que você vai ver como e quem você realmente é. E é simples pra dedéu. É quando você vai ver que não houve motivo para a decepção. Se se decepcionar, que seja com você mesmo e não com a outra pessoa. O que significa que foi você que se enganou com ele, e não foi ele que enganou você. Então, o problema é seu, e não dele.

Taí um conselho que não sei se vai valer, mas tente observar. Ninguém engana você, você é que se engana. Então procure amadurecer para não se enganar tanto. Faça isso e seus aborrecimentos se mandam. Por que se aborrecer se pode viver na tranquilidade da vida equilibrada dentro da racionalidade? Sempre, quando acordar, pela manhã, agradeça a você mesmo, por ter vivido mais um dia e estar iniciando mais um, não uma batalha, mas uma tarefa para o seu engrandecimento. Porque o que você vai viver hoje é fruto da semente que você plantou ontem. E só isso. Lembre-se de que a vida só é ruim para quem não sabe viver. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460