Opinião

Opiniao 27 09 2018 6986

Embarque comprometido

Cícero Vilela*

O Brasil está entre os cinco melhores mercados de aviação doméstica, mas há quase dois anos vem perdendo demanda por conta do cenário econômico. Só em 2016, foram 9 milhões de passageiros a menos nas aeronaves. Com o argumento de recuperar essa demanda por meio de classes tarifárias mais baratas, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou um conjunto de normas alterando diferentes aspectos da relação entre as companhias aéreas e seus passageiros.

A partir da entrada em vigor das novas regras, as empresas aéreas terão o direito de negociar com seus passageiros as condições para a cobrança por despacho de bagagens. Hoje, cada passageiro tem direito a embarcar com até 5 Kg (bagagem de mão) e despachar, sem custo, uma mala com até 23 Kg nos voos domésticos e 32 Kg nos voos internacionais. Tudo o que exceda esses limites é cobrado no momento do embarque. Com as novas medidas, os passageiros poderão levar somente a bagagem de mão, cujo peso máximo passaria dos atuais 5 Kg para 10 Kg. Com mais passageiros tentando embarcar com malas de mão, o embarque deve ficar ainda mais lento.

O argumento da agência reguladora é o de equilibrar as regras brasileiras com as praticadas em países da Europa, e mesmo nos Estados Unidos, pelas empresas aéreas de baixo custo (lowcost). Por conta disso, as empresas aéreas brasileiras poderão reduzir o valor das passagens, com ganhos para os consumidores. Mas a norma, de legalidade e constitucionalidade questionadas inclusive pelo Ministério Público Federal, não compromete as empresas aéreas com a redução das tarifas. Da forma como o texto da ANAC está colocado, o risco é de que o passageiro torne-se refém das companhias aéreas. O que parece ser a única garantia contida na resolução é que algo que hoje não é cobrado dos consumidores passará a ser.

Além disso, diferentemente do que acontece em países europeus e nos EUA, não existem, de fato, por aqui, empresas aéreas de baixo custo. O valor dos leasings das aeronaves, definidos em moeda estrangeira, representa um peso enorme para as empresas aéreas, face às oscilações do câmbio.

Em adição, o preço dos combustíveis e os impostos incidentes sobre esses, mais as taxas aeroportuárias, tornam os custos fixos de operação um pesadelo para os administradores, pois as receitas são variáveis e em Reais. O passageiro se sairia melhor se a legislação sobre controle acionário de companhias aéreas fosse afrouxada e o Brasil pudesse atrair lowcosts de verdade para competir no nosso mercado.

Isso sem falar nas diferenças abissais que existem entre Brasil e países europeus e norte americanos, no que se refere à demanda por voos domésticos e internacionais. Renda per capita, cultura de mobilidade, facilidades de crédito, inflação e taxas de juros baixíssimos, definem um potencial de consumo por viagens aéreas infinitamente.

*Diretor comercial e de marketing da rede de hotéis Deville

A importância do voto consciente  Flamarion Portela*   Está chegando o grande dia! A grande festa da Democracia, o momento em que cada cidadão brasileiro tem a oportunidade clara de mudar os rumos do País através do seu voto, podendo escolher aqueles que irão representá-lo nos poderes Legislativo e no Executivo.

Nas eleições deste ano vamos eleger nossos representantes na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado, além de Governador e Presidente. Em nossas mãos está o futuro do nosso Estado e do nosso País. 

Quero aproveitar este espaço para orientar o eleitor sobre o seu papel transformador da sociedade e também sobre seus direitos e deveres no período eleitoral.

O Brasil é um país com uma democracia consolidada e as eleições são de fundamental importância para que esse processo se concretize cada vez mais. E o voto representa um ato de cidadania, pois possibilita a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas.

Por isso mesmo, é crucial escolher de forma consciente, votando em políticos com um passado limpo, sem envolvimento com atos de corrupção e com propostas voltadas para a melhoria de vida da coletividade.

O eleitor precisa entender que os políticos não são todos iguais. Assim como existem políticos corruptos e incompetentes, existem aqueles dedicados e que procuram fazer um bom trabalho no cargo que exercem, zelando pelo bem comum e não se envolvendo em ilícitos.

É fundamental que se conheça o melhor possível em quem se vai votar. Uma maneira simples é acompanhar as notícias veiculadas nos meios de comunicação, com atenção e critério, para saber o que seu representante anda fazendo, tomando o cuidado de não se contaminar com as famigeradas Fake News (notícias falsas), tão comuns e disseminadas em épocas de campanha eleitoral.

Outro ponto importante é avaliar o trabalho já feito por aquele político ou governante em quem pretende votar, verificando também se ele não se envolveu em coisas erradas durante seu mandato. A cobrança também é um direito que o eleitor tem dentro de um sistema democrático.

O eleitor também precisa ficar atento às promessas de campanha de seu candidato, procurando identificar sua viabilidade. É muito comum alguns candidatos, sobretudo ao Legislativo, prometerem ações que na estão em sua alçada, mas que acabam iludindo o eleitor menos informado.

Por fim, é preciso que cada cidadão entenda que o voto é uma conquista da nossa Democracia e que votar em qualquer um, sem critérios, pode trazer consequências negativas para toda a sociedade e para as gerações futuras. Vote certo. Vote consciente!   *Presidente do Iteraima e ex-governador de Roraima

MARCO IMPORTANTE NA MEDICINA!

Ranior Almeida Viana*

Recorda daquele ator que ficou eternizado como Super-Homem? É ele mesmo Christopher Reeve. Ele ficou famoso ao fazer uma série de quatro filmes: Superman: O Filme (1978), Superman II: A Aventura Continua (1980), Superman III (1983) e Superman IV: Em Busca da Paz (1987).

Em 27 de maio de 1995, ele sofreu um acidente, queda de um cavalo que o tornou tetraplégico devido à fratura nas suas duas primeiras vértebras cervicais, o que acabou por lesionar a sua medula espinhal. Em 1996 foi aclamado em pé na cerimônia do Oscar. 

Passou a lutar por pesquisas com células-tronco e criou a “Christopher Reeve Paralysis Foundation”(ainda existe e seus familiares conduzem seu legado), que visa a melhorar a condição de vida de pessoas como ele, vítimas de algum tipo de paralisia. 

Em 2004 ele ganhou o Prêmio Lasker, concedido desde 1946 a pessoas que realizaram contribuições significativas à Medicina, ou que realizaram serviços públicos notórios em medicina. Morreu em 10 de outubro de 2004 aos 52 anos, vítima de um infarto causado por uma infecção.

A menção feita ao eterno Super Homem é pra destacar que foi publicado na última segunda feira (24/09/18), pela conceituada Revista Científica “The new england jornal of medicine” O trabalho científico: “Recuperação da caminhada sobre o solo após Lesão Completa da Medula Espinhal do Motor Crônico“.

É mostrado que pacientes que ficaram paralíticos após acidente, paralisado por lesão medular conseguem sentar, podem não só se mover, como também ficar em pé sozinho e até mesmo andar através de aparelho que estimula eletricamente a medula espinhal abaixo da lesão que eles tiveram. É algo que já estava em estudo há algum tempo, mas é a primeira vez que é publicado um trabalho nesse sentido. 

Os seis pacientes deste estudo estavam paralisados há pelo menos dois anos depois de seus respectivos acidentes, par
a ter esses resultados significativos passaram por treinamentos específicos de equilíbrio e fisioterapias intensivas com mais de quarenta semanas, teve um caso de um paciente andar na esteira sem ajuda e apoio para isso. O mais impressionante é o caso de uma jovem de vinte e três anos motorista de caminhão, que tinha capotado e ficado tetraplégica, depois de cento e quarenta seções, ela consegue andar não só na fisioterapia como na casa dela, quase curada e voltando a sua vida normal. 

Esse estudo é um marco da medicina, é o futuro chegando cada vez mais perto da gente e ficamos na torcida para que este estudo se propague por todo mundo e avance cada vez mais.  

*Sociólogo – CRP 040/RR. E-mail: [email protected]      

Faça sua parte

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Os políticos são os mesmos em toda parte. Prometem construir uma ponte mesmo onde não há rio.” (Nikita Kruschev)

Politicamente o Brasil está vivendo um momento perigoso. E isso vem se arrastando há décadas. E o pior é que é como um ópio. Cada vez mais vai anestesiando a mente dos brasileiros. Mas tudo bem. A responsabilidade é sua. E o resultado disso está batendo à nossa porta. Faltam poucos dias para você decidir o que fazer do Brasil. Se vai mudar ou continuar na piroga furada. O vento não sopra e o canoeiro fica à deriva. Que é o que acontece conosco, faz tempo pra dedéu. Reflita sobre sua responsabilidade nas mudanças. Ou mudamos ou continuamos os mesmos. E para que as coisas mudem você tem que mudar primeiro. Então faça isso. Mude sua mente mudando seus pensamentos sobre sua responsabilidade na construção do nosso futuro. 

Aproveite esses poucos dias que nos restam de blá-blá-blá, para refletir sobre a importância da sua decisão na hora de votar. É claro que não vamos resolver um problema já maduro, com açodamentos. As reflexões são fundamentais para as soluções. Quantas pontes estão por aí, Brasil afora, inacabadas porque as obras foram iniciadas onde não há um rio. Mas fazem parte de promessas vazias engolidas pela ignorância. Cuidado. Estamos correndo o perigo de no nadar nas águas turvas cair no lamaçal. E estamos bem próximo dele. A responsabilidade é sua e só sua. 

Valorize-se no que você é, e não no que você acha que os outros são. Comece não se esquecendo de que é você que paga o salário do Presidente, do Governador, dos Deputados e de todos os políticos e servidores públicos do país. O que revela a importância que você tem e não sabe que tem. Procure conhecer, pelo menos o mínimo necessário, na política, para poder viver em paz com você mesmo. E você só viverá em paz com você quando estiver consciente do dever cumprido com racionalidade e cidadania. É simples pra dedéu. É só você se valorizar para você mesmo e não para os outros. A participação dos outros está apenas no respeito que você deve ter por cada um. E você só se respeitará quando conseguir sair do círculo da submissão.

Defenda sua cidadania lutando e lidando como um cidadão. E você nunca será um cidadão enquanto for obrigado a votar. Não há cidadania sem democracia e liberdade de ação. E esta não existe onde não há Educação. E só quando formos um povo realmente educado seremos livres para votar por dever e não por obrigação. A obrigatoriedade no voto é uma canga no pescoço do submisso. Pare de gritar e aja como um cidadão. Sua importância está em você e em mais ninguém. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460