Opinião

Opiniao 25 09 2018 6974

A profissão milenar

Adônis Motta*

A combinação de elementos da terra, os compostos químicos, a sabedoria e a expertise são palavras que fazem parte da vida de um dos profissionais que se dedicam à saúde de homens e mulheres. Por séculos, a profissão farmacêutica evoluiu e continua em estágio ascendente em busca de soluções para a cura de infinitas doenças inerentes à evolução do homem. Mais do que ciência colaborativa, a farmácia é também ciência de relação humana de confiabilidade.

Quando o médico receita medicamentos ele aciona e move o profissional em busca da partilha de conhecimento com o outro, pois o farmacêutico é a pessoa que faz parte do processo de cura, inclusive, na hora de conversar com o paciente. Esse contato direto, tete a tete do farmacêutico com o paciente, humaniza e personaliza o atendimento. Além disso, ele atua em mais de 130 outros segmentos da profissão, tais como perícias, manipulação de medicamentos, até na estética, na pesquisa de insumos fármacos sintéticos, de recombinantes, de fármacos naturais, de cosméticos, entre outros.

Muito mais além, devemos destacar aqui a quantidade de pessoas que morrem diariamente no Brasil em razão da perigosa pratica de automedicação. O que gera inúmeros problemas de saúde pública, transtornos familiares e conjugais quando há intoxicação com medicamentos mal consumidos.

Os dados dessa prática absurda prejudicam por hora, duas pessoas, segundo a estatística do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas). A automedicação é um hábito cotidiano entre os brasileiros, sendo praticada com indicação de leigos e, cada vez mais, da internet. O combate a esse mau hábito e o incentivo à busca de informações sobre medicamentos deve ser seguido por todos da sociedade e, principalmente, pela profissão farmacêutica. Prevenir erros relacionados ao uso de medicamentos, além de salvar vidas, evita uma enorme e desnecessária pressão sobre os orçamentos de saúde.

São séculos e séculos de dedicação à humanidade. Temos a responsabilidade com a sanidade e bem-estar, para isso houve o juramento e continuaremos a buscar a felicidade do homem e a completa dedicação ao que é mais valioso: a vida. Faço menção à professora Danyelle Marini do CRF/SP que para o futuro esperamos discutir o farmacêutico que a sociedade precisa, rever diretrizes para atender às necessidades, readequar o modelo de formação e, por fim, investir em profissionais generalistas, críticos, reflexivos e muito mais humanizados.

Finalizo parabenizando neste dia 25 de setembro – Dia Internacional do Farmacêutico – aos que com afinco merecem o título de anjo da guarda do paciente. Essa, sem dúvida, é uma das nossas missões.

*Farmacêutico, Perito Criminal, especialista em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela UFPA, Presidente do Conselho Regional de Farmácia de Roraima.

No escuro do quarto

Walber Aguiar*

“O que se desfaz talvez se refaça, em meio à tua luz, a plenitude do nada.” (Bach)

Quatro horas da madrugada. Tempo de descansar e angustiar-se, de dormir e cantar cantigas de ninar para o coração, de resmungar sonhos e ruminar pesadelos, de perder-se para poder se encontrar. Espaço da reflexão e da leveza de pensamentos, do devaneio lúdico e do delírio histórico.

Quatro horas. Quatro motivos para decifrar o enigma da solidão, do sentimento mudo e dos sons que reverberam nas paredes do quarto. Ali, na geografia do silêncio, nos vemos e nos percebemos como gente, uma espécie de microcosmo dentro de um universo maior. Não dá pra fugir desse encontro, dessa vinculação existencial, desse esbarrão que sofremos a cada janeiro.

Ali estava o relógio; fiel à mecanização das horas, à frieza do tempo que não conseguíamos perceber. Também estava a dor e a fragilidade humanas. A verdade que nos confrontava.

Era madrugada. Grilos cantavam em sinfonia com as estrelas, interrompidos pelo latido de um cão esquecido ou de um gato quizilento. O jornaleiro anunciava o trágico, o ladrão espalhava o desassossego.

Dentro da noite veloz, quase indormida, ele acordou e esfregou os olhos. Não sabia onde estava, apesar das coordenadas geográficas, da longitude cotidiana e da latitude doméstica. O guarda-roupa e os panos espalhados pelo quarto eram as únicas testemunhas daquele acontecimento inusitado. Estava perdido em sua intimidade, imerso numa espécie de labirinto da alma. Não conseguia perceber nada à sua volta, posto que não havia volta nem qualquer tipo de percepção.

Depois do cansaço o alívio, depois do alívio a ilusão, depois da ilusão o nada. Entregue ao vazio da penumbra e ao deserto da perplexidade, ele pediu ajuda para se encontrar. Gritou por socorro, ao esbarrar consigo mesmo, naquela madrugada.

Eram quatro as horas. Eram quatro os cantos do universo. Também eram quatro trimestres pela frente; quatro tentativas de entender a felicidade, a partir de seu pequeno universo, de suas elucubrações filosóficas.

Enjaulado pelas quatro paredes que o cercavam, tentou saltar sobre si mesmo, vencer aquela barreira física, que se transformara num dilema psicológico.

Estava em seu quarto, lugar do descanso e da discussão, do aborrecimento e do prazer, do gozo sexual e da abstinência contida. No escuro, ele encontrou a vida e pensou no amanhã como um sonho mal elaborado. Esmurrou seus defeitos e acariciou suas virtudes. Era um menino de cinquenta e poucos anos, assustado diante do vazio e dos fantasmas que nos assombram a todos.

Ainda eram quatro horas. Ele sentou na cama, conversou sozinho, sorriu, chorou e voltou a dormir…

*Poeta, professor de filosofia, historiador, advogado e membro da Academia Roraimense de Letras.  [email protected]

Idiotas úteis

Marlene de Andrade*

“Quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29:2.)   Friedrich Engels era, pasmem-se, empresário industrial bem-sucedido, todavia mesmo sendo da classe média alta, adorou as ideias do revolucionário alemão Karl Marx e os dois, que se tornaram grandes amigos, fundaram o marxismo no século 19.

Karl Marx era um filósofo beberrão, o qual gostava de ser “coroné”. Ele era péssimo como marido e, tanto isso é verdade, que engravidou a empregada e depois abandonou o filho que teve com ela. Marx tinha sete filhos com a esposa, porém quatro morreram de inanição quando ainda eram pequenos e duas filhas se suicidaram depois de adultas. Nessa lógica “tilbiriana” ele queria implantar o comunismo, onde “tudo” é de todo mundo, ou seja, minha casa é minha e de meus vizinhos, mas usando o pensamento da filósafa Tilbiri, isso para ele tinha uma “lógica”, pois Karl não gostava de trabalhar, sendo assim, ficaria resolvido seu problema financeiro.

Esse filósofo escreveu “O Capital”, mas dá para perceber que esse homem não embasava sua conduta de vida dentro dos princípios da ética e dos bons costumes, pois sua família era extravagantemente desorganizada, porém ainda assim, o homem conseguiu com a ajuda de Engels fundamentar suas ideias a qual defendia a ditadura do proletariado.

Ora, como é que Engels, o qual tinha bom poder aquisitivo iria se deixar dominar pelos trabalhadores? O que ele queria mesmo, era dominar o mundo e isso fica claro muito mais tarde quando Lenin, em 1917 asseverou o seguinte argumento asqueroso de esquerda: “Usaremos o “idiota útil” na linha de frente. Incitaremos o ódio de classes. Destruiremos sua base moral, a família e a espiritualidade. Comerão as migalhas que caírem de nossas mesas. O Estado será Deus.” Era isso que Engels também desejava para o povo.

É estanho perceber que um capitalista, no caso Engels, quisesse que o mundo se transformasse numa grande
sociedade comunista, mas no fundo o que ele queria de fato era tomar o poder e assim dominar as pessoas como fez anos depois, o partido bolchevique de Trostik, nos idos de 1917, juntamente com Lenin, os quais deram início à Revolução Russa, matando e oprimindo muita gente. Quando Lenin morreu, Stalin disputou o poder com Trotsky e o venceu e lá muita gente, a exemplo, de Cuba, China, Coreia do Norte e entre outros, Venezuela, foram barabaramente trucidadas.

Nessa ideologia política satânica, Lenin liderou a revolução russa, juntamente com Trotski e transformou a autocracia do Czar, a qual também era péssima, em uma ditadura não do proletariado e sim de uma minoria que usurpou o poder à força, matando e tirando de todos os cidadãos o direito de sequer dizer ai.

Aqui no Brasil, Lula pegando o gancho não perdeu tempo e fundou o Foro de São Paulo, uma organização criminosa de esquerda, a qual deseja sangrar a população brasileira até a sua última gota de sangue. Cabe a nós decidir o que queremos nas próximas eleições.   *Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT – CRM/RR-339 RQE 341.

Por que não rir?

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Finalmente ria das coisas à sua volta, ria dos seus problemas, de seus erros, ria da vida. A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo.” (Aristóteles Onassis)

Certa vez Abraham Lincoln participava de uma sessão no Congresso quando alguém disse que ele era um homem de duas caras. Ele não se aborreceu nem revidou, apenas falou: “A resposta fica por conta dos senhores presentes. Os senhores acham que se eu tivesse outra cara iria sair com essa?” Claro que não, para quem conhece a figura do Lincoln em termos de cara feia. E daí? Por que se aborrecer com as tolices dos tolos? A alegria faz parte da felicidade. As duas andam de mãos dadas. Então não desperdice seu dia. Procure o que há de melhor nele e viva-o. Tudo que não vale para fazer a vida melhor deve ir para o lixo do esquecimento. 

Tudo de que você necessita para ser realmente feliz está à sua volta. É só você prestar mais atenção às coisas mais simples. São elas que vão lhe trazer alegria na simplicidade. Uma flor silvestre, por exemplo, tem toda a beleza que a felicidade exige. Aposto que quando você sai de casa, pela manhã, não presta atenção à florzinha silvestre à beira da calçada. E se você estiver pensando que eu sou um tolo por querer mostrar isso, cuidado; você pode estar sendo influenciado pela tolice. A felicidade está em você. Não fique esperando que alguém faça você se sentir feliz. É uma tolice. Ninguém além de você pode fazer isso por você.

Então não perca tempo alimentando a infelicidade. Ponha-a pra fora de você. Mas não se esqueça de que você nunca irá conseguir isso enquanto ficar desperdiçando seu tempo com coisas e pensamentos negativos. Você não precisa sair de casa para se encontrar com Deus. Ele está em você. É só você acreditar nisso e isso acontecerá. Mas não caia na tolice de querer fazer milagres.

Esses acontecem, a todo instante, quando você é feliz. E ser feliz é a coisa mais simples da paróquia. Valorize-se no que você é. É simples pra dedéu. Se o mundo está virando uma bolha de violências devemos ter cuidado para não colaborar com ela. E você pode estar colaborando, não cuidando de sua felicidade. E uma das veredas que deve ser seguida é o amor próprio e o respeito pelas outras pessoas. E isso começa no respeito à igualdade nas diferenças.  Nunca deixe de levar em consideração que a vida só é ruim pra quem não sabe viver. E saber viver é viver cada momento da vida como ele deve ser vivido.

Reflita sobre isso, hoje, no seu momento de descanso. Não deixe para amanhã. Se deixar será mais um dia perdido. E é aí que a infelicidade se acomoda. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460